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NO MUSEU: veja as memórias de uma das primeiras artistas de CG, Lídia Baís

O Museu Lídia Baís fica na Morada dos Baís
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O Museu Lídia Baís fica na Morada dos Baís

Uma das primeiras artistas de é quem dá nome ao último museu visitado pelo MidiaMAIS. Estivemos no Museu Lídia Baís, que assim como a sua dona, tem todo um mistério a ser contado. Em cada detalhe visto no quarto que virou museu, dava pra entender nitidamente um pouco do que Lídia viveu e sentiu, enquanto filha de família tradicional, artista incompreendida e como todos sabem, à frente de sua época.

Foi por iniciativa da própria Lídia, a criação de seu museu. Isso em 1940, quase 25 anos depois de ser construído o casarão da família – a tradicional e tão conhecida Morada dos Baís, considerado o primeiro prédio de alvenaria de Campo Grande.

O antigo refeitório do casarão é onde está adaptado o quarto transformado em museu. Antigamente, em 1910, toda a família Baís morava no local e o quarto da artista era no andar de cima, só que, depois da morte do comerciante Bernardo Franco Baís, pai de Lídia, o quarto foi transferido para o andar de baixo.

Logo ao descer as escadas de ferro, que dão acesso ao Museu, conseguimos sentir a magia do lugar. Ao entrar no quarto, avistamos a caminha da artista, que media apenas 1,45m e pesava menos de 40 quilos. Na cama, a colcha de patchwork dava o toque de que era uma menininha de família. De um lado, a cadeira de balanço junto ao filtro de barro, dava a entender que Lídia, ficava horas e horas em seu quarto. Do outro, um minicriado-mudo, dava suporte para uma bíblia (ela virou muito religiosa nos últimos anos de vida), um manual com partituras de piano e um livro escrito em francês.

Na parede, mais de 10 quadros entre pinturas a óleo – de estética realista e surrealista, desenhos e fotografias em preto e branco dos Baís. Dos objetos marcantes de sua vida, não podia ficar de fora o cavalete sujo de tinta, a paleta de pincéis e tintas da época.

Como uma artista múltipla, Lídia tinha uma harpa e um violão – o que a faz ser considerada uma artista à frente de sua época. Mas os chapéus estilosos – modelos anos 20 e 40 e a mala tipo tambor, cheia de echarpes e lenços de renda, mostram que ela era sim, uma menina meiga.

Quando o refeitório começou a ser reformado, muito antes de adaptarem o museu, pintaram as paredes de branco e com isso, apagaram parte das obras de Lídia na parede. É perceptível logo ao entrar, se deparar com meia obra da artista na parede, uma vez que, os pedreiros foram demolindo e sem saber, destruíram parte do mural.

O que sobrou, a parte superior, uma homenagem de Lídia a Joana D’Arc, em cima de um cavalo em uma paisagem rural. Segundo relatos, este é mais um ato que Lídia jamais perdoou. Na outra parede, a famosa Santa Ceia condiz que foi pintada de forma acadêmica. Logo abaixo, já com a interferência moderna da artista, a tela enigmática e de estilo surrealista, ‘Ultima Ceia de Nosso Senhor Jesus Cristo’, onde ela se põe ao lado de Jesus Cristo e acrescenta Judas, na imagem de um demônio.

Lídia Baís morreu em 19 de outubro de 1985. Irreverente ou não, ela é um marco para a cultura de Campo Grande. Na placa que recebe o público do Museu, a mensagem: “Por minha causa vocês vão ficar na história”, dá a dizer o quão Lídia lutou para que o museu fosse criado. Considerada temperamental, polêmica na família, instável como toda artista, mística e frágil, Lídia Baís realizou todas suas vontades estudando nos mais diferentes colégios, de diferentes estados como no e em países como Paraguai, Itália e França.

Foi nestas andanças que ela aprimorou sua arte. Arte aquela que tem todo um acervo guardado e que nunca sequer foi exposta. A libertação além de suas obras, que são condizentes a sua realidade. Além de pintora, Lídia também ousou como escritora. Era sim, uma artista múltipla e digna de visita em toda sua memória.

A Morada dos Baís fica na Afonso Pena com a Via Morena, no centro da cidade.

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