Encontro aconteceu domingo no Parque das Nações Indígenas

O domingo ensolarado foi marcado com muita comemoração para a doula Fabrina Flores. Ela reuniu parte das suas doulandas no Parque das Nações Indígenas para um encontro de pura emoção, afinal, ela completou no último sábado (27), um ano como doula. Em meio às mantas espalhadas no gramado e criançada reunida, o dia foi intenso para elas.

Para quem ainda não sabe, as doulas são aquelas ‘amigas' das gestantes, que dão todo o suporte físico e emocional para que elas, as futuras mamães, tenham um parto natural mais calmo possível. Elas também realizam alguns procedimentos, chamados de posições, para facilitar a saída do bebê.

No Facebook, o encontro das doulandas de Fabrina, reuniu uma foto que chamou a nossa atenção, onde todas as suas ‘meninas', seguravam seus filhos para cima, em frente ao lago do parque. “A foto é linda, mostra todo o meu sentimento de amor que tive e tenho com todas as gestantes que me procuram”, comenta a doula.

Desde sua primeira doulanda (termo utilizado para a gestante que tem uma doula), até os dias de hoje, somam-se 57 grávidas e mais sete onde Fabrina esteve dando apoio. De todas estas doulandas, apenas 15 fizeram uma cesariana, o que para elas, é liberado só em estado de emergência do bebê.

“Minha primeira doulanda ganhou neném dia 27 de junho do ano passado e marcamos este encontro via whats – sim, temos um grupo que reúne quase todas e elas se animara e fomos ao Parque”, conta Fabrina alegando que só foi possível agendar para o domingo, por conta que não tinha quase nenhuma mãe para parir neste fim de semana.

De acordo com a doula, durante todo o encontro com as doulandas, ela disse que se emocionou e que leu vários relatos de parto às doulandas.

“Teve até gente que eu não doulei, mas que participei da gestação, orientando sempre que podia e assim que a maioria chegou, fizemos um circulo e fizemos um relato de cada casal, os pais também foram, pois eles fazem parte desse momento da maternidade juntos e se não fossem os pais, muitas das mães acabariam em uma cesariana, eles são nossos parceiros”, avalia.

A primeira doulanda a gente nunca esquece

Antes de virar doula, Fabrina era apenas fisioterapeuta. Quando teve sua primeira doulanda, a oftalmologista Daniela Gemmperli, passou por uma experiência e tanto, uma vez que a doulanda vinha de toda uma família de médicos e que, apoiaram a decisão da mesma em realizar o .

“Se não fosse ela, talvez eu não estaria completando um ano e estaria estacionada… para as coisas acontecerem parece que vem de Deus e que me trouxe a Dani como doulanda, porque entre nós houve conexão, confiança e amor; sou eternamente grata a ela por acreditar em mim e em meu trabalho e no dia 27 de junho de 2014 às 11h38 eu pude vivenciar o que é ser doula e a partir daí não parei mais e lá se foram 57 partos”, conta toda emocionada.

Já para a primeira doulanda, conhecer Fabrina foi o que a fez lutar pelo Parto Humanizado, uma vez que ela é filha de anestesista e sempre quis ter uma cesariana humanizada. “Através de uma amiga, que me introduziu nesse mundo da humanização que resolvi ler mais e aos poucos, fui desmitificando e perdendo o medo que tinha do Parto Natural mas vi que o PH é melhor para o bebê e não pensei duas vezes em me empenhar para isso e quando conheci a Fabrina a sintonia bateu, ela tem o dom e a humildade dela em me apoiar foi fundamental, as mãos dela também me ajudaram muito no trabalho de parto e tudo o que ela conquistou, neste um ano foi por mérito dela”, explica a mãe da Stella.

Retrospectiva do primeiro ano como doula

Durante este um ano como doula, Fabrina disse que cada parto realizado foi emocionante. Para nós, ela contou um recente que é de arrepiar. “Por volta da meia noite ela vinha me falando que estava tendo contrações leves e às 5 horas me pediu para ir até a casa dela pois estava com muita dor – geralmente quando a doula entra em ação, ameniza a dor da gestante; chegando lá vi que eram dores iniciais ainda e começamos a respirar na hora da contração, relaxar e até deitar no sofá, onde ficamos até umas 6h30; quando seu marido, André, levantou, ficou com ela e eu voltei para a casa, deu meio meia novamente e o marido me ligou dizendo que estavam indo para o Hospital, que ela estaria com 6 cm de dilatação – peguei meus filhos no colégio e fui pra lá, foi muito lindo ver aquela mãe menina crescendo… ela era e é muito forte, e eu ví tudo! Vi o quanto ela queria aquele parto… as dores vinham, e ela vinha mais forte ainda…estava tão centrada que tinha contração que nem percebíamos e o pai do bebê sempre junto, ele tinha dó sim, mas eu sempre digo a eles, para não terem dó, e sim ORGULHO de suas esposa e isto transforma todo mundo!! Eles cresceram mais juntos… nasceram como pais e renasceram como seres humanos”, relatou.

Enfim, Benício o bebê da Julia e do André chegou. No dia 20 de maio às 17h10.

Já para Julia Graziela, de 23 anos, a mãe do pequeno Benício que nesta segunda faz 38 dias de vida, a existência do parto humanizado só foi possível, por conta da doula, que foi explicando o passo a passo. “Quando eu e meu marido escolhemos o tipo de parto que queríamos, não tinha dimensão do que seria um parto humanizado e a Fabrina quem me explicou tudo, para nós, realizaríamos o Parto Normal, só que, foi perfeito ter ela ao meu lado, não lembro da dor nem de nada, só sei que o nosso parto foi lindo e sem indução médica, não precisamos de ocitocina e nem de corte médico, foi do jeito que eu sonhei”, conta Júlia.

Julia é uma das sortudas da querida doula que topou ser nossa entrevistada. A doula é como uma melhor amiga da gestante, como o próprio MidiaMAIS contou meses atrás. Sobre o domingo emocionante de Fabrina ela conclui: “Se eu pudesse tirar meu coração para fora você viria, ele bateu forte demais, forte e vivo! Eu não pari meus filhos da forma natural, mas sou a melhor mãe que posso ser pra eles e, muitas que estavam no encontro, chegaram aonde eu nunca pude imaginar em chegar e estar com elas no momento mais importante do nascimento de seus filhos, ajudar aquele momento ser menos dolorido e vivenciado da melhor maneira possível é me realizar como Doula, como Mãe e como pessoa”.