Os sírios votaram nesta terça-feira em uma eleição que deve resultar na esmagadora vitória do presidente Bashar al-Assad, em meio a uma guerra civil que dividiu o país e matou mais de 160 mil pessoas.

Os opositores de Assad, incluindo combatentes rebeldes, a oposição política no exílio, potências ocidentais e árabes da região do Golfo Pérsico consideraram a eleição fraudulenta, dizendo que nenhuma votação com credibilidade pode ser realizada em um país no qual amplas partes do território estão fora do controle estatal e milhões de pessoas tiveram de fugir de suas casas.

Insurgentes que lutam para depor Assad aumentaram os ataques em áreas controladas pelo governo durante a preparação da eleição, na tentativa de interromper a votação.

Os colégios eleitorais abriram às 7h (horário local) em parte da Síria onde Assad continua a governar, e a televisão estatal transmitiu imagens de pessoas fazendo fila para depositar os votos em várias cidades.

“Esperamos segurança e estabilidade”, disse Hussam al-Din al Aws, um professor de árabe que foi a primeira pessoa a votar em um colégio eleitoral em Damasco. Questionado sobre quem venceria, ele respondeu: “Se Deus quiser, o presidente Bashar al-Assad”.

Assad está concorrendo contra dois candidatos relativamente desconhecidos, os quais foram aprovados por um Parlamento dominado por seus aliados. Essa foi a primeira vez em meio século em que os Sírios tiveram opção de escolha de candidatos.

As últimas sete eleições presidenciais foram um referendo para aprovar Bashar ou seu pai, Hafez al-Assad. Hafez nunca teve aprovação menor do que 99 por cento, enquanto Assad conquistou 97,6 por cento há sete anos.

A previsão é que nenhum dos rivais de Assad, o ex-ministro Hassan al-Nouri e o parlamentar Maher Hajjar, consiga resultados significativos.

Autoridades sírias previram um grande comparecimento às urnas e disseram que um alto nível de participação será tão importante quando o próprio resultado do sufrágio.

“A dimensão do comparecimento é uma mensagem política”, disse o ministro da Informação, Omran Zoabi, à Reuters na noite de segunda-feira. “Os grupos armados terroristas aumentaram suas ameaças porque temem (um alto nível de) participação”, acrescentou.

Ofensivas rebeldes com foguetes mataram 50 pessoas no fim de semana nas áreas de Aleppo controladas pelo governo, ao passo que bombas lançadas de helicópteros em áreas de Aleppo controladas pelos rebeldes mataram quase 2.000 pessoas apenas neste ano, disse um grupo de observação.

A imprensa estatal informou nesta segunda-feira que um carro-bomba matou pelo menos 10 pessoas na província de Homs.