Indígenas das 12 comunidades da etnia que compõem a Aldeia Buriti marcaram uma reunião na noite desta quinta-feira (5) para acalmar os ânimos de companheiros que desejam partir para as retomadas de terras vizinhas à aldeia.

A possível ‘retomada em massa’ deixou em alerta os fazendeiros, que disseram ao Midiamax estar prontos até para o combate armado. Eles lembraram que o fim das retomadas, consideradas invasões pelos ruralistas, também faz parte de acordo entre as partes.

“A gente não sabe de onde está partindo essa ideia de retomada antes do prazo. Queremos evitar conflitos. Nos reunimos e decidimos que o melhor a fazer é esperar o prazo de 30 de junho, para uma resposta do Ministério da Justiça. Se não tiver resultado aí sim vamos resolver o que faremos”, disse o cacique Maioki, da Aldeia Tereré.

Segundo o cacique, nova reunião foi chamada porque apenas 11 aldeias participaram da primeira: a Tereré, Córrego do Meio, Dez de Maio, Barrerinha, Oliveira, Água Azul, Recantos, Lagoinha, Nova Buriti, Olho D’água e Nova Tereré.

“Só a aldeia Buriti não participou, não avisou o motivo. Por isso chamamos uma nova reunião. Se alguma aldeia mudar de ideia ou não concordar em cumprir a trégua, nós vamos tentar convencê-los, porque queremos que fique como está: tranquilo”, argumentou o cacique.

Em maio do ano passado, o indígena Oziel Gabriel, 36 anos, foi morto em um dos confrontos com os fazendeiros que envolveram homens da Polícia Federal. Até hoje ninguém foi responsabilizado pela morte do indígena.