“Eu agradeço o bom trabalho do perito em descobrir o que aconteceu para desmascarar esse rapaz. Mas eu não estou satisfeito, eu acho que ele deveria ter sido indiciado por tentativa de homicídio”, comenta o pai de Giovanna Nantes, de 19 anos, agredida violentamente, ao que tudo indica pelo namorado Matheus Zadra Tannous, 19, na virada do ano.

Giovanna veio a Campo Grande nesta segunda-feira (10) para visitar o médico e analisar as lesões sofridas no dia da agressão. De acordo com a mãe da menina, as lesões foram tão violentas quanto à batida de um carro. “Como se fosse um acidente, é um trauma muito grande. Tanto que as lesões só vão cicatrizar após seis meses”, explica.

Ambos os pais da garota afirmam que o laudo pericial só confirmou o que a família já sabia. “O laudo está mostrando a agressão, espero que ele pegue pena máxima”, fala o pai.

“A família já tinha a certeza da agressão, a gente só não sabia como tinha acontecido. A gente quer a justiça, porque fica aquele sentimento de impunidade, de que ele foi preso, mas foi solto e vai responder em liberdade. O que ele fez não se faz nem com cachorro, foi de uma maldade muito grande”, desabafa a mãe de Giovanna.

Recuperação

Segundo a mãe da jovem, somente a partir de agora ela poderá iniciar uma alimentação com alimentos sólidos. “Ela pode comer massas, mas nada duro, porque ainda esta cicatrizando”, explica.

Em relação à perda de memória da filha a mãe afirma que conversou com o médico, que explicou que essa perda pode ter relação com o trauma sofrido. “Tem pessoa que se lembra depois de uns três ou quatro meses, tem gente que não lembra, e ela tinha bebido. Então é uma junção de fatores, e a gente vai esperar para ver como ela se recupera”, fala a mulher. A mãe também diz que a filha vai continuar com o tratamento com a psicóloga.  Elas voltam para o Paraná nesta terça-feira.

Laudo policial

Um dos pontos mais relevantes da perícia realizada é que há indícios de que Matheus tenha atingido o rosto de Giovanna com o calcanhar resultado na gravidade da fratura. “Eles estavam com roupas íntimas, ou seja, Matheus estaria descalço, e de acordo com o levantamento da perícia os ferimentos são compatíveis coma utilização do calcanhar”, afirmou a delegada Suzimar Batistela, durante coletiva na sexta-feira.

Foi constatada também uma fratura na testa que pode ter sido causada por uma cadeira, que foi encontrada no local dos fatos, mas foi comprovadamente movida do local original.

Matheus vai responder por lesão corporal grave com agravante da violência doméstica, com pena de 1 a 5 anos de prisão acrescido de um terço.