Eles desconfiam que a luz foi cortada somente na praça de esportes para despistar maus elementos e as pichações, prejudicando com isso quem vai praticar skatismo.

Conhecida entre os ‘amantes do skate’ como o melhor local para praticar o esporte em Campo Grande, apesar de não haver sequer um bebedouro ou banheiro, a pista da Orla Morena vêm sendo motivo de reclamação por skatistas, desde o mais jovem até aquele que leva o filho após o trabalho para um momento de lazer.

“Muitos dos praticantes tiveram de mudar o horário de vir para a Orla, mas com o sol forte fica quase impossível. Dez minutos aqui muita gente já começa a passar mal e não tem sequer um bebedouro. O melhor horário é depois das 17h, só que daí começa a escurecer e, pra piorar, estamos sem luz neste horário”, afirma o empresário Fabrício Martins Miranda, 26 anos, que leva o filho de seis anos diariamente ao local.

Eles não sabem dizer qual realmente é o problema, mas desconfiam que a luz foi cortada somente na praça de esportes para despistar maus elementos e as pichações, prejudicando com isso quem vai praticar skatismo. Em toda a extensão da Orla, não há problemas com iluminação.

“Essa não é a maneira correta de combater a criminalidade, ao contrário, piora ainda mais, porque a grande maioria vem aqui para praticar o esporte. E a mesma coisa está acontecendo no Parque das Nações Indígenas, sendo que a maioria das pessoas trabalha e deixa para ir no final da tarde”, afirma o videomaker Jean Patrick, 27 anos.

Com tanto investimento aplicado na Orla Morena, o grupo diz que de nada adianta agora ‘apagar as luzes’. “Já faz mais de dois meses que estamos convivendo com o problema. Já fui na Fundação de Esportes, na prefeitura, na associação da Orla e em cada lugar é uma desculpa. Disseram que queimaram as lâmpadas, mas achamos esquisito que seja só na pista e que demore tanto para arrumar o problema”, conta Patrick.

No segundo dia sem luz na pista, o grupo conta que descobriu a morte do homossexual Lawrence Côrrea Biancão, 20 anos. “Ao invés de afastar a bandidagem eles trouxeram os marginais para cá, que inclusive escolheram um local ermo para o latrocínio. Então estamos até dispostos a ajudar a fazer uma guarita policial no local”, argumenta Patrick.

Pai de dois filhos e empresário no ramo de Skates, Helmuti Assis Sandes, 36 anos, também pede a atenção para o local. “Eles parecem não estar dando importância, mas eu, como pai de família que pago os meus impostos, quero uma satisfação. Era o único horário de distração com os meus filhos, diariamente das 19h30 às 21h, mas agora não venho mais”, comenta o empresário.

Questionada pelo Midiamax, a assessoria de comunicação da prefeitura afirmou que irá averiguar o problema e o motivo da demora da troca das lâmpadas, que a princípio estariam queimadas.