O número de imigrantes mortos no naufrágio da última quinta-feira (3) ao largo da ilha italiana de Lampedusa subiu hoje (6) para 143, depois de os mergulhadores terem conseguido recuperar mais 32 corpos, entre eles o de uma mulher.

Os testemunhos dos sobreviventes indicam que o barco, que partiu do Norte de África em direção à costa europeia, tinha a bordo 518 pessoas. A recuperação dos novos corpos aconteceu depois de terem sido retomadas hoje as buscas aos corpos das vítimas do naufrágio, que tiveram de ser suspensas por dois dias por causa do mau tempo.

O primeiro-ministro italiano, Enrico Letta, anunciou hoje que na quarta-feira o presidente da Comissão Europeia, José Manuel Durão Barroso, vai deslocar-se à ilha para ver o que aconteceu, depois de diferenças sobre a responsabilidade do que aconteceu entre Bruxelas e Roma.

O chefe da diplomacia francesa, Laurent Fabius, disse no sábado que a questão da imigração deve ser analisada no Conselho Europeu de 24 e 25 de outubro, depois do de Lampedusa. “O Mediterrâneo não pode ser um imenso cemitério a céu aberto. É preciso agir”, disse Laurent Fabius, em um programa de TV.

A ministra da Integração italiana, Cécile Kyenge, nascida na República Democrática do Congo, visitou os imigrantes alojados no centro de acolhimento de Lampedusa, que está sobrelotado, e conheceu no terreno a situação da ilha após o naufrágio. Em entrevista publicada também hoje no jornal Corriere della Sera, Kyenge diz que a lei de imigração italiana não pode ser “punitiva” e anunciou a sua intenção de aumentar para 24 mil o número de camas nos centros de acolhimento de imigrantes, que é atualmente 8 mil.