A dupla Edmar Barreto Luiz e Diego Oliveira Barreto confessou o assassinato do policial militar aposentado, Nelson Gonçalves, morto no último dia 8 de fevereiro em Nova Andradina. Ambos se apresentaram à Polícia Civil no domingo (17), acompanhados de advogada.

Segundo o delegado de Polícia Civil, Jeferson Rosa Dias, os dois envolvidos são primos, residem na Vila Santo Antônio e têm 23 anos. A dupla foi apresentada pela polícia nesta segunda-feira (18).

Conforme o delegado, a apresentação foi motivada após os jovens tomarem ciência de mandado de prisão em aberto. “A polícia já não tinha dúvida da participação deles”, explicou o delegado.

Foi constatada ainda a participação de uma terceira pessoa no caso. O foragido reside no mesmo bairro e é vizinho dos demais envolvidos.

Versão

Diego Oliveira informou à polícia que o ex-militar foi assassinado após confusão próxima a uma conveniência localizada no centro da cidade. O mesmo afirmou que estava chegando ao local acompanhado do primo quando percebeu o carro da vítima, um Fiat Tempra com a porta aberta.

“Ele estava no banco do passageiro ouvindo música e passou uma rasteira na perna do Edmar”, relatou Diego. O co-autor complementou que, após o colega reagir, ambos começaram a lutar com o policial aposentado, momento em que a vítima se apoderou de um facão guardado dentro do carro.

Após conseguir tomar o objeto, Edmar Barreto desferiu golpes fatais contra o pescoço da vítima. “Foram atingidas a lateral do pescoço e a nuca”, disse o delegado.

Na versão dos autores, o envolvimento de uma terceira pessoa teria se limitado ao transporte do ex-policial. Conforme o depoimento da dupla, Nelson Gonçalves foi morto ainda na cidade e seu corpo foi levado no próprio carro, dirigido pelo foragido, até as margens do Córrego Baile, na MS-473.

Diego e Edmar alegaram que a vítima estava embriagada no momento da briga e pontuaram que não tinham nenhuma espécie de ligação com a mesma.

Não convenceu

Para o delegado responsável pelas investigações, há pontos discutíveis apresentados na versão dos envolvidos, a exemplo da alegação de que o assassinato ocorreu ainda próximo à conveniência. “Não estou convencido de que o assassinato tenha acontecido nesse local”, declarou Dias Rosa.

O envolvimento de uma terceira pessoa não está caracterizado como uma participação efetiva no crime. Segundo o delegado, caso o acusado se apresente espontaneamente, a versão atual chega até mesmo a atenuar os fatores.

Até o momento, um terço da investigação não está concluída. O delegado agradeceu a participação da população, que conforme o policial, colaborou com informações e possibilitou o paradeiro dos autores em uma semana.

Por enquanto, laudos, provas e depoimentos indicam que a dupla deve ir a júri popular. Diego Oliveira possuía apenas um registro de ocorrência de trânsito e Edmar Barreto também não tinha passagens anteriores pela polícia.