A avaliação da presidente da Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil, (CNA), senadora Kátia Abreu, durante abertura do abertura do Congresso Internacional da Carne, em Goiânia é que os dados da pecuária de corte brasileira são extraordinários. “Há 40 anos o Brasil possuía 70 milhões de cabeças e hoje o rebanho é 155% maior. E devemos isto à cadeia de pecuária de corte brasileira que nasceu, se desenvolveu, cresceu e ficou adulta sozinha, com o esforço único e exclusivo dos produtores rurais”, ressaltou a presidente da CNA durante abertura do evento. O congresso iniciou na terça-feira (25) e se estende até a próxima quinta-feira (27).

Dados da Superintendência Federal da Agricultura (SFA/MS) comprovam o bom momento apontado pela senadora. Mato Grosso do Sul atinge recorde histórico nos cinco primeiros meses de 2013, quando foram abatidos 1,7 milhão de animais, 12% a mais do que no mesmo período de 2005. De acordo com a SFA/MS, em nove anos esse é o maior número de abate já registrado na pecuária do Estado.

Kátia Abreu remete o avanço do setor à capacidade e persistência do homem do campo brasileiro. “Já tivemos problemas com o Movimento dos Sem Terras, não foi fácil lidar com Código Florestal, a logística não colabora e hoje presenciamos invasões nas propriedades mais produtivas. Mas nada disso tem impedido o avanço do setor, pelo contrário, crescemos 9,7% no PIB da agropecuária, enquanto que o Brasil cresceu apenas 0,6%” destacou a senadora.

A bovinocultura de Mato Grosso do Sul acumulou 412,7 mil toneladas, de janeiro até maio desse ano. Segundo a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul), aproximadamente 53,8 mil toneladas de carne já foram comercializadas no mercado externo, gerando receita de US$ 239,2 milhões, números que posicionam o Estado como o quarto maior exportador de carne bovina do país, atrás de São Paulo, Mato Grosso e Goiás.

A economista da Famasul, Adriana Mascarenhas, analisa que o perfil do atual profissional da pecuária passa pela busca por tecnologias. “Mesmo dividindo área com a silvicultura, o produtor sul-mato-grossense mostra sua eficácia ao implementar tecnologia e aumentar significativamente sua produção”.

O diretor de relações institucionais da Famasul, Rogério Beretta, considera a necessidade de atualização. “A pecuária prova com números que é um setor forte e representativo, mas o conhecimento requer atualizações frequentes”. Beretta faz parte da comissão da Famasul presente no Congresso.

O objetivo do Congresso é debater temas relacionados às tendências de mercado, modelo de produção e sustentabilidade com representantes da CNA, Famasul e demais Federações, pesquisadores e empreendedores rurais da França, China, Argentina e outros países.