Poste fica bem na frente do portão e morador tenta resolver questão com a concessionária, que põe a culpa na construtora

Desde que mudou para a sua casa, no residencial de casas populares Ramez Tebet, Flávio Oliveira Sanches alega ter problemas com a localização do poste de energia elétrica, que fica na frente da sua garagem. Seis meses depois de se mudar, em agosto de 2011, o vigilante protocolou  pedido para que a Enersul mudasse de posição em 1,5 metro, que lhe cobrou R$ 1.443,62 para a realização do serviço. Até hoje ele luta para conseguir que a concessionária lhe ajude e resolveu tornar o caso público.

“Eu não tenho renda para custear essa mudança do poste. Só pedi porque é algo que atrapalha mesmo,  já danifiquei meu carro diversas vezes, uma vez que o espaço é bem restrito. De todas as outras casas o poste fica na divisa entre os vizinhos e comigo aqui é na garagem. Se eles me cobraram é um serviço possível e que não é inviabilizado tecnicamente”, reclama o morador da Rua Cláudio Coutinho, 1.202, onde reside com a mulher e três filhos.

No documento em que a concessionária responde a solicitação SS082011155252110 de Flávio, é detalhado para a alteração do poste os custos de R$ 116,93 em materiais, R$ 604,89 com a mão de obra e outros R$ 721,82 em custos operacionais. O termo é assinado por um gerente de projetos e redes da Enersul, Euclides de Nogueira Junior

A concessionária, por meio de sua Gerência de Comunicação, informa que o problema da garagem no lote 29, quadra 13, do , não tem a sua responsabilidade. De acordo com a Enersul, a rede é instalada antes da construção das casas, para que inclusive a própria empreiteira utilize do recurso nas obras. A empresa diz entender o transtorno e lamenta a residência não ter sido planejada de uma outra forma que prevenisse a dificuldade de saída da garagem.

Moradores do residencial, que se mudaram em janeiro de 2011 confirmam que antes da entrega já havia rede de luz e energia, bem como os postes já instalados. A versão confirma a resposta da Enersul que comunicou a inviabilidade de fazer a mudança gratuitamente por conta de não ter instalado os postes depois dos moradores receberem as chaves.

“Quando a gente entrou na casa já tinha tudo, água e luz já ligada, com a iluminação pública também. Eu sei de qual casa acontece esse problema e chama atenção pois o poste fica diferente mesmo”, relata o comerciante Carminho, de 54 anos.

Um caminho que Flávio ainda não recorreu, e que poderia lhe servir como recurso para a mudança do poste, sem que ele precise arcar com os R$ 1.443,62, é a entrada de um processo pela Defensoria Pública. Através do órgão, que disponibiliza o acesso a Justiça sem custos o vigilante teria como pedir a realização do serviço em uma ação cível de danos morais e materiais. O morador, no entanto, afirma que prefere esgotar o diálogo com a Enersul antes de pensar nessa alternativa.