Ana Cláudia Lemos mostrou que o bom resultado conquistado há uma semana, em Campinas, era o indício de que a temporada de 2013 pode ser inesquecível. A velocista de 24 anos, que havia marcado 11s13 nos 100 metros e batido o próprio recorde sul-americano em um torneio estadual, voou no GP Brasil, disputado no Estádio do Mangueirão, em Belém. A vitória veio com 11s05, 5.ª marca do mundo no ano.
Mas a atleta quer mais. Ana Cláudia pretende ser a primeira mulher sul-americana a vencer a barreira dos 11 segundos. Na prática, ela já conseguiu isso: em Campinas, correu 10s93 na semifinal, mas a marca foi obtida com assistência do vento acima do permitido. Ou seja, não foi homologada. “Quero correr atrás dos 10s99. Não sei quando isso vai acontecer, mas se for no Mundial (de Moscou, em agosto), vai ser ainda mais gostoso.”
Com o calor e a umidade de Belém, a velocista havia apostado em uma boa marca. “E eu acho que dava para ter sido ainda melhor.” Agora, Ana Cláudia terá uma semana de treinos – não disputará o GP de Uberlândia, na quinta-feira – para competir o GP São Paulo, no Ibirapuera, domingo.
A velocidade brasileira passa por um bom momento, e não só entre as mulheres. Bruno Lins e Aldemir Gomes conquistaram o índice para o Mundial nos 200 metros. O alagoano Bruno, de 26 anos, fez dobradinha no Mangueirão: venceu os 100 e os 200 metros. “Estou contente, porque é prova de que o treino está sendo bem feito. A confiança é tudo para o atleta.”
Já Aldemir, de apenas 20 anos e semifinalista dos 200 metros na Olimpíada de Londres, superou as dificuldades para também garantir um lugar em Moscou. Com a programação de treinos atrasada em quase dois meses, por causa da interdição do Célio de Barros, no Rio, o velocista fez em Belém apenas sua segunda competição no ano, mas suficiente para ser vice nos 200 metros, com a marca de 20s44, e superar o índice de 20s56.
SALTOS – Outro jovem talento do atletismo brasileiro, Augusto Dutra, de 22 anos, chegou à sua melhor marca pessoal nas disputas ao ar livre para vencer a prova do salto com vara. Ele conquistou o ouro ao alcançar 5,70 m, ratificando o índice para o Mundial de Moscou que já havia obtido no início do ano.
Campeã olímpica do salto em distância, Maurren Maggi não foi bem em sua estreia no ano, com apenas o 5.º lugar – ela alcançou 6,21 m no único salto validado em quatro chances.
Recuperando-se de lesão, ela afirmou que não tinha pretensão de saltar longe em Belém. “Estou voltando a treinar agora, estou satisfeita.” Maurren terá programação reduzida até 2015, com a meta de, aos 40 anos, disputar a Olimpíada do Rio.
