Após o segundo dia do julgamento do caso Eliza Samudio, o promotor Henry Vasconcelos deixou o plenário do Júri por volta das 18h30 e se disse satisfeito com os trabalhos. Para ele, o depoimento do detento Jailson Alves de Oliveira foi excelente. “As declarações dele são extremamente relevantes em duas frentes: apontando que os acusados, Bruno e Macarrão, têm ligação direta com o narcotráfico, sobretudo na região de Ribeirão das Neves, e também conexões com traficantes do Rio de Janeiro. O depoimento de Jailson tem muita credibilidade”, explicou.

Para explicar a importância do depoimento, Vasconcelos falou sobre a convivência de Jailson e Marcos Aparecido dos Santos, o Bola, na penitenciária Nelson Hungria. “Ele teve convivência com Marcos Aparecido e confirmou que ouviu do Bola a afirmação de que Eliza Samudio teve seu cadáver tornado em cinzas e que elas foram despejadas em uma concentração de água, vindo, então, à frase em que Bola disse que o corpo somente seria encontrado se peixe falasse”, completou.

Sobre a informação de que testemunhas da defesa utilizaram telefones celulares no hotel, acabando com a incomunicabilidade, o promotor afirmou que pode ser mais uma estratégia, porém, não será válida. “Cerca de cinco ou seis pessoas teriam sido flagradas no hotel de recolhimento de posse de telefones celulares. A acusação já está a par e pretendemos que, pela quebra da incomunicabilidade, essas pessoas não participem mais e, se forem ouvidas, que seja sem tomada de compromisso da verdade. O júri não será anulado. Podemos até cogitar a hipótese de mais uma estratégia da defesa para provocar o adiamento do julgamento, mas não gerará nenhum efeito”, ponderou.

“A acusação trabalhará com a presença do sangue de Eliza em diversos pontos no interior do veiculo e também com o celular que foi desligado. Eliza conversou com Macarrão antes do sequestro, às 21h07, depois seu celular foi desligado. Só foi religado no dia 9. Vamos trabalhar com as movimentações telefônicas de todos os acusados, inclusive do ex-adolescente”, afirmou, em referência ao primo de Bruno, que tinha menos de 18 anos na época do crime e cumpriu medidas socioeducativas.