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Para Joaquim Barbosa, Jefferson foi o único réu a confessar

Durante o julgamento nesta segunda-feira do ex-deputado Pedro Correa, presidente do PP na época do mensalão, o relator do processo, Joaquim Barbosa, indicou que poderá reduzir a pena do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) por seu papel de delator do esquema. Segundo Barbosa, Jefferson foi o único a ter feito um depoimento que pode ser considerado […]
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Durante o julgamento nesta segunda-feira do ex-deputado Pedro Correa, presidente do PP na época do mensalão, o relator do processo, Joaquim Barbosa, indicou que poderá reduzir a pena do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) por seu papel de delator do esquema. Segundo Barbosa, Jefferson foi o único a ter feito um depoimento que pode ser considerado como confissão.

“Nenhum desses réus parlamentares, com exceção de Roberto Jefferson, confessou. Todos admitiram o recebimento das somas milionárias, mas deram a eles outra classificação”, disse Barbosa. O recebimento de dinheiro não contabilizado de campanha, o popular caixa dois, é um argumento utilizado por réus da ação penal.

O escândalo do mensalão veio à tona depois de uma entrevista de Jefferson ao jornal Folha de S.Paulo na qual revelava um esquema de pagamento de propinas para garantir apoio ao governo na Câmara dos Deputados. “O Jefferson, sim, teve um papel que eu vou verificar”, disse Barbosa.

Para a maioria dos ministros, os demais réus apenas reconheceram um fato, o recebimento de dinheiro, mas não o reconhecimento de um crime. Uma eventual redução de pena para Roberto Jefferson já havia sido levantada pelo ministro Luiz Fux, na fase anterior do julgamento.

O mensalão do PT

Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal Roberto Jefferson (PTB) e que ficou conhecido como mensalão. Segundo ele, parlamentares da base aliada recebiam pagamentos periódicos para votar de acordo com os interesses do governo Luiz Inácio Lula da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.

No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio respondem ainda por corrupção ativa.

Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado do PP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.

O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles respondem por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro.

A então presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.

O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) responde a processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia inclui ainda parlamentares do PP, PR (ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson.

Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e o irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.

A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão tomada pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para lavar dinheiro do mensalão. Durante três anos, o Supremo notificou os advogados errados de Quaglia e, por isso, o defensor público que representou o réu pediu a nulidade por cerceamento de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal de Santa Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.

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