O programa Nightline, da rede americana ABC, teve acesso às fábricas da Foxconn em Shenzhen, na China. Pela primeira vez, uma equipe de televisão pode visitar o local e conversar com as pessoas da indústria.
As imagens do programa mostram desde as “redes de suicídio” – redes montadas na parte exterior do prédio, até as linhas de produção. Os números da produção são impressionantes: cada iPhone requer 141 passos para ser montado. E cada um dos passos é supervisionado por uma pessoa ou feito manualmente.
A equipe ainda gravou os aposentos dos funcionários que moram no alojamento da Foxconn. Por 17 dólares mensais, alguns empregados vivem em quartos divididos entre sete pessoas. Os turnos de trabalho são de nada menos que doze horas, com dois horários de refeições de duas horas cada.
Com apoio da Apple, uma das empresas que usa os serviços da Foxconn, os jornalistas conversaram com funcionários. Uma coisa era comum: reclamações de exaustão. Não era raro ver jovens (já que, segundo a equipe do Nightline, a maioria dos funcionários tinha entre 17 e 30 anos) aproveitando o horário das refeições para dormir.
O programa ainda entrevistou os funcionários com cargos mais altos na Foxconn, como diretores, e conversou com os psicólogos que foram contratados após os suicídios coletivos que ocorreram na fábrica.
A Foxconn defende que não força os funcionários a trabalhar em excesso, mas que todo esse trabalho é, na verdade, uma tradição chinesa. Os psicólogos ainda chegaram a dizer que o número de suicídios na empresa, em comparação ao número total na China, não é grande.