O Conselho Municipal dos Direitos dos Povos Indígenas de Campo Grande reuniu, na tarde desta quinta-feira, os candidatos a prefeito para apresentar o plano de ação da comunidade no período de 2013 a 2016

O Conselho Municipal dos Direitos dos Povos Indígenas de Campo Grande reuniu, na tarde desta quinta-feira (23), os candidatos a prefeito da Capital para apresentar o plano de ação da comunidade no período de 2013 a 2016. Entre os pleitos, está à criação da secretária Indígena.

Marcaram presença no encontro os candidatos a prefeito Reinaldo Azambuja (PSDB), Marcelo Bluma (PV) e Suél Ferranti (PSTU). Representando Sidney Melo (PSOL) foi o presidente regional do PSOL, Lucien Rezende. Dagoberto Nogueira (PDT) foi no lugar de Edson Giroto (PMDB) e Gilmar Olarte (PP) substituiu Alcides Bernal (PP). O vice de Azambuja, Athayde Nery (PPS), também foi à reunião e o candidato do PT, Vander Loubet, não participou do debate e nem mandou representante.

Presidente do conselho, Aliscinda Tibério, conduziu o encontro, que iniciou com a apresentação dos pleitos da comunidade, representada em Campo Grande por cerca de 10 mil índios. Além da criação da secretaria Indígena, foram reivindicadas várias ações na saúde, educação, habitação e cultura. Os pleitos saíram de debates realizados durante três meses em todas as comunidades de Campo Grande.

Na lista está a criação da Casa de Trânsito, do Centro de Formação e Capacitação, curso de informática para inserção dos índios no mercado de trabalho, Casa do Artesão, disponibilização de cota para indígenas em concursos públicos, criação de núcleos para a comunidade na secretaria de Saúde e Educação, Programa de Combate ao Alcoolismo e Drogas, curso pré-vestibular, mais moradias entre outras solicitações.

“Chega de assistencialismo, queremos cidadania e trabalho”, destacaram os representantes do conselho. “Não queremos sacolão, queremos respeito”, acrescentaram.

Compromissos dos candidatos

Dos seis candidatos e representantes presentes no evento, apenas Lucien considerou a possibilidade de criar a secretaria Indígena. “Eles pediram o básico, acho possível atender tudo, inclusive, vamos discutir se dá para criar a secretária”, disse.

Azambuja se comprometeu a criar a Coordenadoria de Assuntos Indígenas e Dagoberto um núcleo, vinculado ao gabinete do prefeito ou à secretária de Assistência Social. O governista ainda admitiu que índios vivem na Capital em “situação deprimente, morando em baixo de lonas”.

O tucano ainda reforçou dar prioridade em sua administração às pessoas, neste sentindo, garantiu total apoio aos indígenas, incentivando à cultura da comunidade. Dagoberto informou também abrir espaço aos índios no Aquário do Pantanal.

Olarte destacou sua proximidade com a comunidade e frisou ser possível atender as demandas “gradativamente”. Bluma firmou compromisso de dar atenção à política municipal de habitação indígena e de incentivar o ramo da economia criativa, com destaque à cultura indígena.

Ele ainda aproveitou para pedir renovação na administração de Campo Grande. “O modelo atual está atrasado, precisamos focar a cidade numa nova forma de lidar com o dinheiro público”, defendeu. Último a se manifestar, Suél disse que em sua administração quem “mexer com os meus irmãos índios, mexerá com o PSTU”. Ele ainda ressaltou que sua gestão será “calcada nos conselhos”.

O Plano de Ação dos Indígenas foi entregue para todos os candidatos e representantes e será enviado ao Ministério Público Federal (MPF), à Funai e a OAB (Ordem dos Advogados do Brasil). “Filmamos esse encontro para guardar os compromissos de todos os candidatos”, frisaram representantes do Conselho.