O apagão que atingiu 11 Estados na madrugada desta sexta-feira (26), nas regiões Norte e Nordeste do país, foi causada, segundo a ONS, por um curto-circuito na linha de transmissão Colinas-Imperatriz, no Tocantins. Para o professor Luiz Pinguelli Rosa, engenheiro da Coppe, instituto de pós-graduação em engenharia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), é inadmissível que isso ocorra numa subestação “crucial para o funcionamento do sistema elétrico do país”.

“É um ponto de ligação, subdivide linhas de transmissão que seguem para o Norte, Nordeste e Sudeste. É um nó, um ponto muito delicado”, explica Pinguelli, que acrescenta: “uma vez acontecendo [a falha], não pode se expandir dessa maneira”.

No Brasil, as redes de transmissão que fornecem energia para todas as regiões são interligadas. Quando há algum problema de transmissão, um sistema de isolamento é acionado, “desligando” a energia de algumas regiões para evitar que uma desestabilização geral afete todo o sistema.

Pinguelli diz que, essa estratégia de ilhamento, que consiste em “desligar para isolar”, em geral é bem feita. “Mas dessa vez não funcionou. O isolamento deve ocorrer em pequenas regiões. O apagão se expandiu para Estados inteiros”, completa o engenheiro.