O senador Clésio Andrade (PR-MG) afirmou nesta quinta (29) que os sete senadores da bancada do partido pediram ao governo um ministério como condição para voltar à base aliada.

Em julho, o partido declarou independência do governo após a demissão do ex-ministro Alfredo Nascimento (AM) dos Transportes e de mais de 20 funcionários da pasta ligados ao partido.

Andrade afirmou que o pedido foi feito em reunião nesta quarta entre os senadores e as ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti. A assessoria da Casa Civil confirmou o encontro, mas não o teor das conversas.

Vice-presidente do partido, Clésio Andrade afirmou que o PR não apontou especificamente o ministério que gostaria de controlar.

Segundo Andrade, o senador Alfredo Nascimento (AM), presidente do partido, disse às ministras que não considera o MInistério dos Transportes como da cota do PR. Embora filiado ao partido, o atual ministro dos Transportes, Paulo Passos, não foi indicado pela legenda, mas escolhido pela própria presidente Dilma Rousseff.

“Pedimos às ministras um ministério para voltar para a base. Não consideramos o Transporte como um ministério nosso hoje, já que o Passos é indicação da presidente. Pode ser o Transportes ou outro ministério”, afirmou o senador.

Em troca do ministério,  segundo relatou Andrade, o PR ofereceu ao governo voto fechado nos projetos de interesse do Executivo no Senado.

Um outro senador do PR, que preferiu não se identificar, confirmou as informações de Clésio Andrade. “Se os senadores tiveram essa postura, foi dos senadores. Na Câmara, nada foi negociado”, afirmou o líder do PR na Câmara, deputado Lincoln Portela (MG).

Atualmente, o PR tem no Congresso uma bancada composta por sete senadores e 40 deputados federais.