O primeiro-ministro do governo de transição da Tunísia, Mohamed Ghannouchi, anunciou neste domingo (27) sua renúncia do poder, em entrevista coletiva no Palácio de Cartago – sede do governo.

Confrontos entre manifestantes e policiais voltaram a ocorrer no centro de Túnis (capital da Tunísia) hoje, em meio a protestos e exigências de que Ghannouchi deixasse o poder, segundo a agência de notícias Efe.

Ao menos três pessoas morreram no sábado (26) e outras 85 ficaram feridas nos enfrentamentos na capital pela renuncia de Ghannouchi, disseram à agência Efe fontes do Ministério de Interior do país. Muitas mulheres jovens participavam dos confrontos de ontem, atirando pedras nos policiais, que para a maioria dos tunisianos seguem simbolizando a repressão do regime do deposto presidente Zine al Abidine Ben Ali, que fugiu para a Arábia Saudita em 14 de janeiro passado.

Apesar da proibição imposta para a circulação de pedestres e veículos, vigente desde a noite deste sábado na avenida Habib Bourguiba, milhares de pessoas foram hoje àquela que é considerada a principal via da capital e às ruas adjacentes, gritando palavras de ordem contra o governo.

Os manifestantes se dividiram em dois grupos. O primeiro começou a lançar pedras contra as forças policiais, distribuídas em grande número pela avenida e apoiadas por blindados da Guarda Nacional. Este grupo ateou fogo a pneus, latas de lixo e a uma motocicleta estacionada nas imediações.

Já o segundo grupo de manifestantes se concentrou perto da embaixada da e instalou barricadas na rua. As forças policiais tentaram dispersar os manifestantes com bombas de gás lacrimogêneo e tiros de advertência para o ar.

Um terceiro grupo formado por centenas de manifestantes se uniu posteriormente ao protesto na avenida Bourguiba, gritando palavras de ordem contra Ghannouchi.