A ligação de um homem desesperado, com a mulher em trabalho de parto, foi uma das primeiras do plantão da última segunda-feira (4) da soldado da Polícia Militar de São Paulo Maria Teresa de Las Neves, de 45 anos. Por volta das 22h50, ela atendeu um chamado e ouviu: “Pelo amor de Deus, meu filho ‘tá’ nascendo, eu ‘tô’ em casa. Que é que eu faço?”. Parte da gravação foi divulgada nesta quinta-feira (7).
“Eu tentei primeiro acalmar o pai. Por telefone, não dá para saber o que a pessoa está fazendo, se está fazendo certo”, relembrou a soldado, que trabalha no ABC, mas, por acaso, atendeu a ligação feita na Zona Leste de São Paulo.
No áudio, é possível ouvir o pai detalhar que dá para ver a cabeça da criança saindo. Maria Teresa orientou: “Pega a cabecinha da criança. Não puxa!”. O pai seguiu as recomendações e, pouco tempo depois, Maria Teresa ouviu o choro do bebê.
Enquanto o pai trocava o desespero pela emoção de pegar no filho pela primeira vez, a soldado deu mais instruções. “A minha preocupação era se a criança estava com alguma coisa enrolada no pescoço, se estava respirando e também porque estava frio. Ela precisava ser aquecida logo”, disse.
Depois que a criança nasce e tudo fica um pouco mais calmo, a soldado ouve do pai: “Tem que virar de ponta cabeça?”. “Na hora não perguntei, mas acho que era o primeiro filho dele”, contou.
Esta foi a primeira vez que a soldado Maria Teresa, que não tem filhos, ajudou a realizar um parto por telefone. Em situações anteriores, ela tinha participado pessoalmente. No plantão seguinte, umas das primeiras coisas que fez foi procurar saber o estado da criança e da mãe. “Estavam todos bem”, disse.
