Manifestantes se preparam para novos confrontos hoje (26) com forças leais ao governo, na capital da Líbia, Trípoli. Ontem (25), o líder Muamar Khadafi afirmou que abrirá os depósitos de munição para seus simpatizantes. Ele fez uma aparição pública em Trípoli, na qual exortou seus seguidores a lutarem contra os opositores.

Também ontem, opositores ao governo foram atacados por forças leais ao regime líbio. Calcula-se que mais de mil manifestantes já tenham morrido durante os protestos das últimas semanas.

Saif al-Islam Khadafi, um dos filhos do líder líbio, disse à BBC que os relatos de violência extrema no país são parte de uma “campanha de mídia exagerada” conduzida por “canais árabes de TV hostis”.

O filho de Khadafi disse não ser verdade que civis tenham sido bombardeados, mas admitiu que a Força Aérea atacou depósitos de munição que estavam em mãos inimigas.

Os sons ouvidos em Trípoli não seriam de tiros, mas de fogos de artifício, disse Saif. Ele criticou os opositores, afirmando que muitos desejam uma “solução afegã” para o país.

Saif afirmou que o leste do país, nas mãos dos opositores, está “uma bagunça” e que não serão lançados novos ataques contra as cidades de Misrata e Zawiya. Ele espera que uma trégua possa ser negociada. Assim como seu pai, Saif responsabilizou a rede terrorista Al-Qaeda pelos protestos.

Na noite de ontem, os Estados Unidos anunciaram sanções contra o governo líbio, bloqueando bens e transações financeiras de Khadafi e seus aliados.

“As contínuas violações aos direitos humanos cometidas pelo governo líbio, a violência contra sua população e as ameaças revoltantes feitas causaram uma condenação geral e severa da comunidade internacional”, disse o presidente dos EUA, Barack , por meio de um comunicado. “As sanções, têm, portanto, como alvo o governo de Khadafi, enquanto protege os bens que pertencem ao povo líbio.”

A União Europeia também anunciou ontem sanções ao regime de Khadafi.

Em Nova York, o embaixador da Líbia para a ONU, Mohamed Shalgham, falando ao Conselho de Segurança da entidade, condenou Khadafi, três dias após chamar o líder líbio de “amigo”.

Depois de um discurso emocionado, ele foi abraçado por outros diplomatas na ONU. Vários representantes líbios anunciaram ontem o desligamento do regime.

O secretário-geral da ONU, Ban ki-moon, fez um apelo para que o Conselho de Segurança tome “ações concretas e decisivas” para lidar com a crise na Líbia.

Milhares de estrangeiros continuam tentando deixar o país. Cerca de 10 mil trabalhadores egípcios que estavam na Líbia estão tentando cruzar a fronteira da Tunísia, criando um problema logístico para o governo tunisiano.

Há relatos de que autoridades líbias estariam confiscando câmeras e telefones celulares para impedir que imagens da revolta sejam transmitidas para outros países.