O ditador da Líbia, Muammar Gaddafi, pediu nesta sexta-feira (25) a seus seguidores que se preparem “para defender” o país e morrer lutando, enquanto crescem os temores de uma civil no país.

Gaddafi disse também que “todos os arsenais serão abertos para o povo”, durante uma breve aparição na praça Verde, em Trípoli, cidade que pode ser o último bastião do governante – a oposição já controla diversas regiões a leste e a oeste da capital, assim como vários do poços de petróleo do país.

O ditador ainda tentou animar seus apoiadores.

– Nós vamos continuar a lutar. Nós os derrotaremos. Nós morreremos aqui em solo líbio. Vida sem dignidade é inútil.

Ministros debandam e opositores tomam território

O discurso de Gaddafi ocorre em um momento em que há relatos de que sua influência é cada vez mais reduzida na Líbia. Além das várias deserções de membros de seu gabinete, como o ministro do Interior, Abdul Fatah Yunis, um dos homens mais próximos do ditador.

Além disso, a oposição vai aos poucos ocupando cidades e tomando conta do território da Líbia. O leste do país já saiu do controle de Gaddafi há dois dias, como mostram cenas das “cidades libertadas”.

Agora, o oeste do país já tem pontos que estão sob controle dos opositores, como a cidade de Zawyia, que fica a apenas cerca de 50 km de Trípoli. O jornal britânico The Guardian relatou que uma base aérea, ainda mais próxima da capital, já havia sido tomada por manifestantes.

Os opositores avançam em direção a Trípoli com tanques levados de bases das , onde houve deserções, e com armas tomadas desses postos e de delegacias. Há uma preocupação de que o país possa enfrentar uma guerra civil, de acordo com análise da rede britânica BBC.

Repressão de Gaddafi é sangrenta

Em uma tentativa de se manter no poder, Gaddafi conta uma repressão cada vez mais sangrenta. Diversos relatos informam que pessoas foram baleadas por franco-atiradores na saída das mesquitas após as tradicionais orações muçulmanas de sexta-feira.

As autoridades já começam a falar no futuro após o ditador. O primeiro-ministro do Reino Unido, David Cameron, disse para que o ditador desista de se agarrar ao poder e pediu aos cerca de 500 britânicos que se encontram ainda o país para que tentem fugir da Líbia. O presidente da França, Nicolas Sarkozy, também apelou para que Gaddafi renuncie.

Na última terça-feira (22), Gaddafi disse que ficaria no poder até morrer.