Os confrontos no Norte do Peru, envolvendo mineiros em greve, policiais e moradores da região, terminaram em violência e deixaram feridos. Há relatos de pessoas que foram atingidas por tiros. Os trabalhadores completam nesta quarta-feira (30) uma semana de paralisação. Os confrontos, na região de Cajamarca, ocorreram na área de Laguna Cortada, um dos quatro assentamentos no disputado do Projeto Conga de mineração de ouro, que tem o apoio do governo.

Porém, ainda não há oficialmente o número de vítimas dos confrontos ocorridos ontem no final da tarde. O diretor regional de Saúde de Cajamarca, Reynaldo Nunez, disse que seis pessoas foram hospitalizadas com ferimentos à bala. Mas o ministro do Interior do Peru, Oscar Valdés, informou que houve apenas três feridos à bala.

“Queremos dizer ao presidente [do Peru] Ollanta [Humala] que vamos continuar lutando e esperamos que ele declare o Projeto Conga inviável”, disse o presidente da Frente de Defesa dos Interesses de Cajamarca, Idelso Hernandez.

Os trabalhadores da região de Cajamarca conseguiram o apoio dos moradores das cidades que cercam as minas de ouro. Há suspeitas por parte dos mineiros e moradores de que o Projeto Conga – que determina a ampliação da exploração de ouro na área – leve à contaminação de rios e, portanto, da água para o consumo, além das terras usadas na agricultura.

A Confederação Geral de Trabalhadores do Peru, que apoia o governo de Humala, defendeu a busca pela negociação e o fim da paralisação. “Apoiamos o diálogo e
a defesa de ter como prioridade na vida da região a agricultura e a água para consumo”, disse o secretário-geral do principal sindicato do país, Mario Huaman.

Com informações das agências públicas de notícias do Peru, Andina, e da Argentina, Telam.