Com laudos de assalto a mercado prontos, delegado decide se indicia cabo da PM

O delegado Valmir Messias de Moura Fé, da 6ª DP, que cuida do caso do assalto que terminou em duas mortes, no bairro Caiçara em Campo Grande, revelou ao Midiamax que já tem em mãos os laudos das armas, necroscópico e lesão corporal. O próximo passo agora é decidir pelo indiciamento ou não do cabo […]

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O delegado Valmir Messias de Moura Fé, da 6ª DP, que cuida do caso do assalto que terminou em duas mortes, no bairro Caiçara em Campo Grande, revelou ao Midiamax que já tem em mãos os laudos das armas, necroscópico e lesão corporal. O próximo passo agora é decidir pelo indiciamento ou não do cabo da Polícia Militar que fez os disparos dentro do estabelecimento na tentativa de abortar a prática criminosas dos dois rapazes.

Além dos laudos da perícia, o delegado também já ouviu quatros instrutores de abordagem policial (um da Polícia Rodoviária Federal e três da Polícia Militar). O objetivo foi saber se o cabo da PM cometeu algum excesso ao atirar contra os dois assaltantes, se agiu em legítima defesa ou teve uma atitude moderada. A conclusão do delegado vai ser importante na hora de concluir o inquérito pedindo arquivamento ou indiciamento pelas mortes do assaltante Maicon Igor Aquino Paez, 18, conhecido como “Pisca”, e do gerente do estabelecimento Carlos Expedito Ferreira Bocchia, 41. Toda documentação deve ser concluída entre terça e quarta da semana que vem.

Materiais que podem ajudar na conclusão de que o cabo fazia ou não trabalho extra “bico” como segurança do estabelecimento são as imagens do circuito interno do supermercado. Sem detalhar o que viu, Moura Fé adianta que no estabelecimento existem 16 pontos que captam imagens. Além dos flagrantes do assalto, imagens de dias anteriores também já foram verificadas para ver se o PM frequentava o local como cliente ou se trabalhava ali.

O simples fato de o militar estar em várias imagens de dias anteriores não caracterizam o “bico” já que ele mora na região e seria amigo do dono do mercado há vários anos. A conduta dele dentro da loja e que vai caracterizar o trabalho como segurança. “Se ficar caracterizado, vou ouvi-lo novamente”, adianta Moura Fé.

Desde que começaram as investigações sobre o caso, já foram ouvidas 26 pessoas, como o dono do mercado, Manoel Souza, os funcionários que presenciaram a ação, familiares dos dois rapazes que praticaram o assalto e o próprio policial militar que fez os disparos.

O caso

Maicon armado com um revólver calibre 38 e o menor T.C.T., 17 anos, com um 22 chegaram ao estabelecimento numa bicicleta e anunciaram o assalto. Quando o maior de idade ia saindo do local foi baleado pelo policial que chegou atirando. O menor também foi atingido nos testículos. O gerente que estava na linha da troca de tiros, foi alvejado e morreu na Santa Casa de Campo Grande.

Em depoimento ao delegado Moura Fé, o menor revelou que conhecia Maicon a pouco tempo. Os dois fumavam maconha juntos na praça pública do bairro Jacy. Naquele dia fizeram uso do mesmo entorpecente, mas, como acharam pouco, decidiram sair em busca de dinheiro. O maior teria dado a ideia de cometer o assalto.

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