A Polícia Civil do Paraná revelou, neste domingo, ter encontrado duas ossadas humanas numa fossa desativada no pátio de um colégio em Campo Mourão (a 477 km de Curitiba). Os corpos pertenceriam a duas estudantes da Escola Estadual Vinícius de Morais, desaparecidas em 2008 e no ano passado. O principal suspeito pela morte delas seria o zelador do estabelecimento, Raimundo Gregório da Silva, 52 anos.

Dimitria Laura Vieira Gênero, 16 anos, desapareceu em 2008, durante as férias de verão, quando cursava a 8ª série. A avó afirmou que, na época, a menina avisou que iria viajar a Arapongas na companhia do zelador, conhecido na comunidade como Ivan. Ela supostamente visitaria um namorado, mas não foi mais vista desde então.

A outra ossada está sendo analisada e pode ser de outra estudante do colégio, desaparecida há sete meses. Há indícios de que as vítimas foram esquartejadas antes de serem jogadas na fossa.

Segundo o delegado José Aparecido Jacovós, o zelador explicou para a avó da menina que ela havia fugido com o namorado para São Paulo (SP). Alertado do desaparecimento, o delegado da época indiciou Ivan por subtração de incapaz.

Tempos depois, porém, a avó, familiares e amigos da estudante receberam mensagens de celular, supostamente enviadas por Dimitria, avisando que estava bem e que inclusive seria mãe de uma criança. Informada dos recados, a polícia deu o caso por encerrado. Há um ano, outra mensagem enviada pelo celular, avisava que Dimitria estava se mudando para a Itália.

Após analisar o inquérito, Jacovós percebeu alguns pontos obscuros e resolveu investigar novamente o zelador. Chamado para depor, Silva afirmou que considerava a estudante como filha e que constantemente a presenteava com roupas e calçados de grife. Para surpresa do delegado, Silva disse que também recebia mensagens de Dimitria.

No entanto, horas após o zelador ser liberado da delegacia, o pai da vítima recebeu uma mensagem, supostamente enviada pela filha, avisando que ela estava na Itália e pedindo para que a queixa contra o zelador fosse retirada.

Avisada do fato, a polícia orientou o pai a retornar a mensagem, pedindo para que Dimitria respondesse três perguntas para as quais só ela conheceria as respostas. A mensagem foi respondida, mas não correspondia às informações requisitadas. Percebendo que a resposta havia partido de um telefone situado em um código de área do Paraná, a Polícia Civil pediu à

Justiça uma ordem de busca e apreensão na casa do zelador, que há 15 anos residia dentro do colégio. Durante as buscas, a polícia encontrou o celular usado para enviar as mensagens e fotos de adolescentes nuas. O suspeito não foi encontrado na cidade e é considerado foragido.