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Psicóloga que atuava na clínica de Neide Mota considera absurdo ser julgada por abortos

Em entrevista ao Midiamax, Simone contesta acusação e diz que ela e enfermeiras não são marginais; promotor afirma que profissionais convenciam 'clientes' a abortar
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Em entrevista ao Midiamax, Simone contesta acusação e diz que ela e enfermeiras não são marginais; promotor afirma que profissionais convenciam ‘clientes’ a abortar

A psicóloga Simone Aparecida Cantaguessi de Souza, que trabalhou na Clinica de Planejamento Familiar da médica anestesista Neide Mota, considera absurdo o fato dela e de as enfermeiras Libertina de Jesus Centurion, Rosângela de Almeida e Maria Nelma de Souza ser submetidas a júri popular pelo crime de aborto.

O julgamento foi suspenso hoje no Fórum de após o advogado de Simone de Souza, Renê Siufi alegar excesso de acusação pela participação de três promotores.

Abalada, cercada pelos filhos, marido e parentes, a psicóloga deixou o Fórum. O processo já está no STJ (Superior Tribunal de Justiça). [Leia matéria relacionada]

Ela e as enfermeiras são acusadas pela prática de 25 abortos, cuja pena em caso de condenação é de 1 a 3 anos por cada paciente.

Para a psicóloga, é um abuso o risco de serem presas. “Não estão lidando com quatro marginais, fui presa, é muita humilhação”. Simone Souza trabalhou seis meses na clínica, segundo o advogado de defesa, Renê Siufi. Já Paulo Passos, um dos promotores, disse que documentos indicam ao menos dois anos de trabalho no local.

Passos disse que a psicóloga atuava no convencimento das ‘clientes’ da clínica e se baseia em documentos, segundo ele. Já Siufi contesta, ao dizer que as 25 mulheres citadas no processo negam a prática do crime.

Defesa

“Estou muito mal, a imprensa já me prejudicou tanto. É uma absurdo muito grande. Nunca tentei convencer as pessoas até porque na Psicologia o papel é mostrar as possibilidades, mas a escolha é do paciente. Me arrependi de ter pisado naquele lugar, tenho família, filhos e profissão. É um absurdo, humilhante. Todo ser humano tem direito a uma segunda chance”, desabafa Simone de Souza.

A psicóloga foi julgada pelo Conselho Regional de Psicologia por ter ferido o Código de Ética. Sofreu uma censura pública, mas não perdeu o direito de exercer a profissão.

Por 20 anos, Neide Mota administrou a clínica localizada perto da antiga rodoviária de Campo Grande. Embora a prática de aborto no local fosse algo conhecido entre as autoridades, foi uma reportagem da afiliada da TV Globo, TV Morena, em 2007 que mostrou o problema e resultou nas prisões tanto da médica como das funcionárias.

Trágico

Após conseguir esperar pelo julgamento em liberdade, a médica, que não tinha filhos, foi tomada pela depressão e pôs fim a própria vida no dia 30 de novembro do ano passado. Segundo o laudo necropsial preparado pelo IALF (Instituto de Análises Laboratoriais Forenses) a médica morreu por “asfixia medicamentosa” e um exame de DNA feito no corpo dela diz que a médica não teve contato físico com outra pessoa antes da morte. O termo técnico “asfixia medicamentosa” é assim definido quando algum medicamento paralisa os órgãos vitais da vítima.

Ela foi achada morta dentro do carro no fim de novembro passado e ao lado do corpo havia uma seringa e um frasco contendo substância. Enquanto não findam as investigações sobre as causas da morte da médica, seu corpo permanece sepultado, contrariando seu desejo manifesto em documento registrado em cartório de ser cremada. A Justiça não aceitou a cremação até que se determinem as causas da morte.

No carro, foi encontrado um bilhete escrito por Neide Mota com os seguintes dizeres: “quando não houvesse pânico, nem trauma nem dor…”. Ela lia o livro “Deus não é grande”, do escritor americano Christopher Hichens, autor que escreve artigos para a revista brasileira Época e também para o jornal americano New York Times. Ele prega o ateísmo.

A sinopse dessa produção literária diz que “a religião envenena tudo e que o conceito de Deus é um reflexo do nosso medo da morte”. (Com informações de Celso Bejarano)

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