A candidata do PV à Presidência, Marina Silva, disse nesta terça-feira (17) que os partidos de seus adversários, PT e PSDB, precisam de um “realinhamento histórico” para definir suas prioridades. “É isso que eu defendo. Que o PT e o PSDB façam um realinhamento histórico, que olhem para o que é mais importante para o Brasil. Situações como essas [ocupações irregulares] aviltam a dignidade não só dos que moram aqui, mas daqueles que ousam ser seus representantes”.

Marina visitou uma favela no Jardim Castelo, divisa entre Diadema, no ABC paulista, e São Paulo.

Ela criticou a atenção dos governantes em relação às ocupações irregulares. “Existe ocupação irregular no estado de São Paulo em área de manancial que infelizmente foi deixada [de lado] por conivência das autoridades públicas e hoje essas pessoas pagam um preço muito alto (…). O que a gente não pode é negligenciar uma coisa em detrimento da outra. Ambas devem ser tratadas com prioridade: a proteção dos recursos hídricos e a proteção da vida das pessoas”.

A candidata acrescentou que as ocupações irregulares são um problema nacional. “A mesma coisa que vi na favela do Coque lá em Pernambuco, que é um estado pobre, eu vejo no estado mais rico da federação. Isso só tem um nome: falta de políticas públicas para atender essas comunidades e para atender a proteção necessária do meio ambiente. Temos milhões de pessoas que vivem nessa situação”.

Marina Silva destacou que os temas saneamento e meio ambiente devem ser priorizados no debate eleitoral mesmo que a população não os identifique como áreas importantes. Pesquisa Ibope divulgada na noite desta segunda-feira mostrou que os temas não estão nas prioridades do eleitor. “O fato de a população não ter conhecimento da importância desses investimentos não significa que eles não devem ser feitos. Quem tem compromisso ético com a vida e respeito com as pessoas não se importa com o percentual de votos que isso possa render”.

A candidata do PV não quis fazer comentários sobre o início do horário eleitoral gratuito no rádio e na televisão nessa terça-feira. Ela afirmou, no entanto, que manterá sua estratégia de campanha independentemente do resultado de pesquisas eleitorais. “Já quebramos o plebiscito e vamos quebrar também a ideia de que a eleição é espaço para frases de efeito, para desqualificação dos outros. É espaço para se comprometer com o Brasil”.

Marina afirmou que não pensa na hipótese de a eleição acabar no primeiro turno. “Primeiro, não vou discutir essa questão de não ter segundo turno. O horário eleitoral está começando e nós estamos na disputa”.