Em entrevista publicada na edição deste final de semana da revista “IstoÉ”, a ex-ministra da Casa Civil Erenice Guerra se defendeu das denúncias de tráfico de influência envolvendo ela e o filho, Israel Guerra. Mas admitiu que o ex-assessor Vinícius de Oliveira Castro pode ter envolvimento no suposto esquema.

“Poderia dizer ‘ na Casa Civil, posso conseguir isso e aquilo…’ Isso não é desarrazoado não. E, exatamente por isso, a Casa Civil está, a partir de hoje, investigando esse caso com bastante rigor. (…) Foi uma traição, uma completa traição”, afirmou. “É óbvio que se eu imaginasse qualquer tráfico de influência na Casa Civil teria determinado as medidas investigativas necessárias. Se não fiz, foi porque isso não me ocorreu”, afirmou Erenice.

A ex-ministra afirmou à revista que as denúncias fazem parte de uma campanha difamatória vinculada às eleições. “É óbvio que isso está diretamente ligado à disputa eleitoral, à necessidade de a oposição gerar fatos novos. Serra percebeu claramente que falar de quebra de sigilo não era uma boa tônica”, disse a ex-ministra se referindo às violações de sigilos fiscais de pessoas ligadas ao candidato à Presidência do PSDB, José Serra.

Questionada sobre o trabalho e a conduta do filho, Erenice afirmou que Israel Guerra disse a ela não ter ultrapassado “limites da ética e da conduta que deveria ter”. Na entrevista, a ex-ministra ainda propôs uma “reflexão” sobre o episódio.

“Depois que uma pessoa passa a exercer cargo público, seus filhos devem parar de se relacionar, trabalhar e ter amigos? O que será de meu filhos e meus parentes? Terão todos que viver a minha custa, pois terão que parar de trabalhar e se relacionar?”, indagou.