Servidores foram concursados para trabalhar na Setass, secretaria estadual, mas desde 2007 eles cumprem expediente em creches municipais
Ao menos 80 dos 356 servidores aprovados em concurso público para atuar em órgãos estaduais, mas que por meio de decreto cumprem expedientes há quase quatro anos na prefeitura de Campo Grande, promovem na manhã desta terça-feira uma assembleia como meio de pressionar o governo a reenquadrá-los como servidor do Estado.
A reunião acontece na sede do Sindsad (Sindicato dos Trabalhadores e Servidores da Administração de Mato Grosso do Sul), que pensa em mover recursos judiciais contra a medida estadual.
Dali, os manifestantes seguem para o prédio da Setass (Secretaria de Trabalho e Assistência Social), onde pretendem protocolar a reivindicação.
Os servidores em questão passaram no concurso promovido em 2006 pela Setass. Cerca de 600 trabalhadores foram contemplados. Eles atuariam nas creches estaduais. ]
Ocorre que tais órgãos passaram a ser geridos pela prefeitura em janeiro de 2007, quando André Puccinelli, do PMDB, assumiu o governo.
Dali em diante, por meio de decreto, os servidores, mesmo recebendo seus salários do Estado, cumprem expedientes nas Ceinfs, centros de educação infantis, as conhecidas creches da prefeitura de Campo Grande.
Um dos motivos pelo retorno ao Estado tem a ver com a função desempenhada no município. De acordo com o Sindsad, nas Ceinfs, servidor aprovado no concurso para zelador, hoje ocupa a missão de vigia.
Outra reclamação dos trabalhadores: eles não conquistam os benefícios destinados aos servidores estaduais.
“Existem universidades que oferecem planos para os servidores estaduais, mas como estamos fora da Setass, ficamos fora também desses projetos. O mesmo acontece do lado do município. Ou seja, somos concursados, trabalhamos todos os dias, mas não somos do efetivo estadual nem municipal”, chiou um dos servidores na Assembleia.
A ideia do Sindsad é protocolar a reclamação na Setass ainda nesta manhã. A presidente da entidade, Lilian Fernandes, disse ter tentado audiências com as autoridades estaduais e municipais, mas não conseguiu.