Projeto não vingou e prédio do antigo Classic não foi aproveitado. Local está tomado pelo mato e a água parada deixa em alerta para o risco de criadouros das larvas do mosquito da dengue. Moradores têm medo e se sentem inseguros

Após a polêmica sobre a possibilidade da Colônia Penal Agrícola ocupar a estrutura do antigo Motel Classic, localizado na Avenida Gury Marques, saída para São Paulo, o local, que chegou a ser alvo de projetos de investimentos da Secretaria de Estado de Justiça e Segurança Pública, não vingou. Moradores daquela vizinhança não aceitaram ter um presídio no local e hoje o prédio vive um completo abandono. A área, que ocupa cerca de meio quarteirão, está tomada por lixo e mato, sem qualquer tipo de manutenção. Os moradores reclamam do prédio não ser aproveitado.

A água empoçada representa risco, pois pode ser foco das larvas de Aedes Aegypti, mosquito transmissor da dengue.

Os muros que ainda restam da construção estão pichados com frases e desenhos. O mato está alto e a vizinhança reclama da falta de segurança no local. Por conta do longo tempo de abandono, boa parte da estrutura aparenta estar condenada, com rachaduras. No local é visível a presença de usuários de drogas. Utensílios utilizados para o preparo e uso de entorpecentes estão espalhados por todos os cantos da construção. São restos de latas e fogueiras, além de roupas e peças intimas.

Moradores do residencial Patricia Galvão, localizado na Avenida dos Cafezais, nos fundos do antigo motel, estão indignados e querem uma solução urgente para a situação. Segundo eles, usuários de drogas e assaltantes utilizam o local como refúgio.

“Esse motel serve de refúgio para os usuários de droga. Alguns já chegaram a entrar aqui no condomínio e roubar os moradores”, reclama a dona de casa Sônia Barbosa, do lar, 42 anos.

Ela conta que recentemente um homem nu foi visto correndo dentro do residencial. “O homem todo pelado estava correndo aqui atrás das crianças. Um pessoal tentou pegá-lo, mas ele acabou se escondendo no motel”, afirmou. 

O residencial está localizado no meio de vários terrenos baldios tomados pelo mato. Para os moradores serem “alertados” da presença de pessoas estranhas nestes terreno, eles encontraram uma maneira bem original e um tanto peculiar. “ Nós pedimos para o pessoal colocar umas vacas aqui para pastarem. Se tiver alguém aqui neste terreno elas terão um comportamento diferente, irão se manifestar . Então, desta forma, iremos saber se tem alguém aqui”, disse a moradora.

Mesmo com o perigo que o local representa, a recepcionista Rosilda Araújo, do Motel Bodoquena, que fica ao lado do Classic, comemora: “Ainda bem que não fizeram isso [tornar o Classic um presídio]. Imagina ter uma cadeia aqui do lado. Aí sim que o povo ia ficar com medo”.

O Midiamax busca contato com o proprietário do prédio.