Luiz Fellipe, que comemorou seu primeiro aninho no dia 14, morreu assim que deixou o Hospital Regional de Coxim, na manhã desta terça-feira (24). O bebê sofreu uma parada cardiorrespiratória no colo do pai, Carlos Leonardo Matias.

Pai e filho haviam acabado de deixar o hospital de ambulância para seguirem a Campo Grande. O bebê morreu antes da ambulância deixar o perímetro urbano de Coxim. Segundo o legista, Aristeu Katsumi Mitani, a parada foi causada por insuficiência respiratória aliada a insuficiência renal.

No IML (Instituto Médico Legal) foram coletados materiais do coração, dos pulmões e dos rins para serem submetidos a exames em Campo Grande. Ainda de acordo com o legista, os exames anatomopatológicos vão apontar exatamente quais os tipos de lesões ocorreram nos órgãos do bebê. Luiz Fellipe deu entrada no Hospital Regional na manhã de segunda-feira (23), apresentando diarréia e vômitos. O bebê foi internado, mas só na manhã desta terça-feira foi submetido a exames.

Os exames apontaram que o bebê estava com pneumonia, o que justifica a insuficiência respiratória. Mas, o que chama a atenção é que, conforme o prontuário, apenas a pneumonia do bebê começou a ser tratada, apesar de constar no prontuário um exame chamado creatinina, que diagnostica problemas renais.

No geral os valores de referências considerados normais desse exame variam de 0,4 a 1,3 mg/dl. No caso do bebê, o resultado foi de 1,1 mg/dl, o que deveria ter deixado a equipe médica em alerta para que pudesse diagnosticar e iniciar o tratamento da insuficiência renal.

DESEPERO – A mãe, Jaqueline Reis Silva, está desesperada e chega ao ponto de se culpar pela morte do seu único filho. Chorando muito, ela dizia para familiares que não deveria ter levado seu filho para o hospital.

“Eu não ouvi meu filho falar mamãe, eu não vi meu bebê andar, o leitinho dele ainda está aqui”, dizia segurando os seios. O desespero da mãe chegou ao ponto de comover nossa equipe de reportagem, que acompanhou todo o procedimento de saída do corpo do hospital, a ida ao IML e o encaminhamento para funerária.

Ainda no IML, Jaqueline abraçava e beijava o filho, não acreditando que ele estivesse morto. Ela pedia insistentemente que o marido pegasse o filho para que eles fossem para casa. Luiz Fellipe está sendo velado na funerária Coxim, na avenida General Mendes de Moraes. O enterro deve acontecer nesta quarta-feira (25).

Advogados da família também acompanharam todos os procedimentos. O caso ainda será estudado, para saber se a família deve entrar com algum tipo de processo contra os médicos que atenderam o bebê e até mesmo contra o Hospital Regional.