O Atlético-MG teve a vitória nas mãos, nesta quarta-feira, em La Paz, mas deixou escapar um resultado que parecia encaminhado. O time abriu 2 a 0 contra o Bolívar, no Hernando Siles, e jogou boa parte do segundo tempo com um jogador a mais. Ainda assim, permitiu o empate por 2 a 2 na ida das quartas de final da Copa Sul-Americana.
O cenário ficou ainda mais frustrante porque a equipe mineira teve a chance de vencer nos acréscimos. Hulk, que começou no banco em uma decisão surpreendente de Jorge Sampaoli, recebeu cruzamento sem goleiro à frente, mas finalizou por cima do travessão, desperdiçando a oportunidade mais clara da noite.
O jogo mostrou duas faces do Atlético. Sólido defensivamente na primeira etapa, aproveitou as poucas chances que criou para abrir vantagem com gols de Alexsander e Vitor Hugo. Mas, após o intervalo, voltou passivo, cedeu espaço ao adversário e acabou castigado, primeiro em bola parada e depois em cobrança de pênalti, já na reta final.
O empate em La Paz, embora mantenha o Atlético em posição favorável para decidir em casa, reforça a impressão de instabilidade do time no início da segunda passagem de Sampaoli. O treinador ainda não venceu desde o retorno: já caiu para o Cruzeiro na Copa do Brasil, empatou com o Santos no Brasileirão e agora tropeça na altitude após ter o controle da partida.
A opção por deixar Hulk no banco foi uma das principais surpresas da noite. O atacante entrou apenas na etapa final e acabou simbolizando o enredo da partida: perdeu o gol que poderia recolocar a equipe no caminho da confiança e da recuperação. O peso desse erro pode repercutir até a volta, em Belo Horizonte.
A expulsão de Gariglio, ainda no início do segundo tempo, deixou o Bolívar em desvantagem numérica. Era o cenário ideal para o Atlético administrar o jogo, mas a equipe recuou demais e se expôs às bolas aéreas, principal arma do adversário. O empate, com um homem a menos, expôs a fragilidade emocional dos mineiros
No vestiário, a sensação foi de frustração. O Atlético não apenas deixou escapar uma vitória estratégica na altitude como desperdiçou a chance de encerrar a sequência ruim sob comando de Sampaoli. O peso do resultado é mais simbólico do que matemático: a equipe continua viva na disputa, mas sem transmitir segurança.
O Bolívar, por sua vez, conseguiu transformar um jogo que parecia perdido em um empate com sabor de vitória. A equipe mostrou resiliência, explorou os erros do adversário e sai fortalecida para tentar aprontar em Belo Horizonte.
Na próxima quarta-feira, às 19h, o Atlético precisará de uma vitória simples contra o Bolívar para avançar à semifinal. Em caso de novo empate, a classificação será definida nos pênaltis.
FICHA TÉCNICA
BOLÍVAR 2 X 2 ATLÉTICO-MG
BOLÍVAR – Lampe; Jesús Sagredo (Batallini), Gariglio, Torrén e José Sagredo; Robson Matheus, Justiniano, Cataño (Echeverría) e Jhon Velásquez (Dorny Romero); Melgar (Luis Paz) e Cauteruccio. Técnico: Eduardo Domínguez.
ATLÉTICO-MG – Everson; Natanael (Fausto Vera), Lyanco, Júnior Alonso, Vitor Hugo e Guilherme Arana; Alan Franco, Alexsander (Igor Gomes) e Gustavo Scarpa (Hulk); Cuello (Caio Paulista) e Rony (Reinier). Técnico: Jorge Sampaoli.
GOLS – Alexsander, aos 46 e Vitor Hugo, aos 48 minutos do primeiro tempo. Robson Matheus, aos 2, e Dorny Romero, aos 41 minutos do segundo tempo.
CARTÕES AMARELOS – Natanael, Junior Alonso, Alan Franco e Gustavo Scarpa (Atlético-MG).
CARTÃO VERMELHO – Gariglio (Bolívar).
ÁRBITRO – Kevin Ortega (PER).
RENDA E PÚBLICO – Não divulgados.
LOCAL – Estádio Hernando Siles, em La Paz (BOL).