O judoca sul-mato-grossense Rafael Silva, o ‘Baby’, estreou com derrota nos Jogos Olímpicos de Paris. Ele enfrentou o azerbaijano Ushangi Kokauri, em luta válida pela categoria dos pesados (+ 100 kg), na manhã desta sexta-feira (2).

O atleta de 37 anos deve encerrar sua participação no circuito das olimpíadas. Com a eliminação na categoria individual, ele volta a lutar no sábado (3), na disputa por equipes mistas, que encerra o programa do judô na capital francesa.

“É difícil, é ruim. É um adversário que eu conhecia bastante. Tínhamos lutado umas seis vezes e, aqui, ele conseguiu anular bem meu lado direito. Não consegui fazer a pegada, foi uma luta amarrada e infelizmente saí com a derrota. Mérito dele, acho que ele é um cara que se esforçou e se dedicou também. Agora é me centrar, focar, que amanhã a gente tem o por equipes. Acho que o Brasil tem uma equipe com bastante potencial”, avaliou Baby em entrevista ao CBJ (Confederação Brasileira de Judô).

Na luta, o brasileiro não conseguiu encaixar o jogo com Kokari e foi punido duas vezes por falta de combatividade. Pendurado e precisando ir para cima, acabou projetado em waza-ari pelo e, logo em seguida, foi imobilizado por mais 10 segundos até o ippon.

“Eu encerro minha participação olímpica com uma derrota, mas olho para trás com uma carreira onde consegui muitos resultados. Então acho que tenho bastante orgulho de fazer a quarta Olimpíada e, mesmo com a derrota, aprender muito com esse processo e com tudo o que fiz para chegar até aqui. Estava me sentindo bem e treinado, mas o jogo dele foi superior ao meu, infelizmente”, disse.

Conquistas de Baby

Rafael Silva fez sua primeira competição pela Seleção Brasileira de Judô em 2007 e, desde então, são 17 anos entre os principais nomes mundiais do peso pesado masculino. Além dos dois bronzes olímpicos, em Londres 2012 e na Rio 2016, e das quatro medalhas mundiais (1 prata e 3 bronzes), ele conquistou mais de 50 pódios no circuito da Federação Internacional de Judô.

“Acho que foi um legado bom, falando da categoria pesado. Foram duas medalhas olímpicas e quatro mundiais. A medalha do Mundial do ano passado me deixou mais esperançoso para esse ciclo. Aos 36 anos, consegui uma medalha mundial e, aos 37, cheguei em uma Olimpíada. De certa forma, sabia que conforme a idade vai passando as chances vão diminuindo, mas tinha bastante esperança de fazer uma boa participação aqui e avançar nas lutas. Eu já conhecia os dois primeiros adversários, já tinha ganhado deles. O coreano seria uma luta mais difícil, só tinha enfrentado ele uma vez. Caí em uma chave boa, mas infelizmente não rolou hoje”.