Diniz comenta saída da seleção: ‘Queria que tivesse sido diferente, mas são águas passadas’

Treinador do Fluminense afirma que teria melhores resultados com a Amarelinha se tivesse mais tempo. Fernando Diniz deixou a seleção com mais derrotas do que vitórias

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Diniz respondia pela seleção como interino (Thais Magalhães, CBF, Arquivo)
Diniz respondia pela seleção como interino (Thais Magalhães, CBF, Arquivo)

Quase um mês após a demissão da seleção brasileira, Fernando Diniz se manifestou publicamente pela primeira vez sobre a saída inesperada da equipe nacional. O treinador do Fluminense lamentou a forma como ficou sabendo da demissão, no início do ano, meses antes do fim do seu contrato, em junho.

“Queria que tivesse sido diferente. Mas são águas passadas. Temos que tocar a vida em frente. Tenho muita clareza daquilo que fiz para a seleção brasileira e o meu contato com os jogadores e a seleção está em boas mãos agora. Eu tinha muita convicção de que aquilo, com mais tempo, iria dar resultados muito importantes. Tinha um feeling muito claro disso. Para quem estava internamente trabalhando tinha nitidez do que estava sendo feito. Seis jogos é uma amostragem extremamente pequena”, declarou Diniz, após a goleada do Flu sobre o Bangu, na noite de quinta-feira (1.º), pelo Campeonato Carioca.

Diniz acabou demitido no dia 5 de janeiro, um dia após Ednaldo Rodrigues voltar ao comando da CBF, após ordem do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro para seu afastamento. Um dia antes, o presidente comentara publicamente que pretendia contratar Dorival Júnior, mesmo sem anunciar a demissão de Diniz.

Diniz saiu da seleção com mais derrotas que vitórias

O treinador encerrou uma breve passagem pela seleção, iniciada em julho do ano passado. No total, ele teve mais derrotas do que vitórias, alguns recordes negativos, nas seis partidas em que comandou o time nacional nas Eliminatórias Sul-Americanas para a Copa do Mundo dos EUA, México e Canadá, em 2026.

Com ele, o Brasil perdeu para Uruguai, Colômbia e Argentina, ganhou de Bolívia e Peru e empatou com a Venezuela.

“Infelizmente, falamos muito dos resultados de curto prazo e canso de falar que é um dos males do futebol brasileiro. O trabalho precisa de um pouco mais de tempo. Não por ser eu, mas qualquer pessoa precisa de um pouco mais de tempo. Não dá para você ter uma amostragem muito pequena e ficar fazendo qualquer tipo de avaliação. O jogo com a Argentina, por exemplo, foi um jogo grande que o Brasil fez e que não teve resultado. Aquilo, na sequência do trabalho, iríamos melhor, muito provavelmente, a performance e os resultados chegariam. Mas saio com um sentimento de ter feito o melhor, ter criado relações especiais com os jogadores e o estafe que lá estavam comigo”, disse Diniz, na noite de quinta.

‘Gratidão’

O treinador demonstrou gratidão pela chance de comandar a seleção, ainda que por pouco tempo. “Foi um enorme prazer ter tido essa oportunidade. Trabalhei com afinco total no tempo que estive lá. Foi um processo de transição difícil. Muitos jogadores que estiveram na Copa do Mundo com algum tipo de problema, lesão, cartão, alguns jogadores já com uma idade avançada para a outra Copa e resolvemos apostar para ir reformulando”, comentou.

Diniz demonstrou confiança de que logo obteria bons resultados se tivesse continuando à frente da equipe. “O trabalho, em si, estava sendo muito bem feito e tinha muita confiança de que iria gerar frutos muito importantes para a seleção. Eu conseguia ver isso nos treinamentos, na relação com os jogadores e o estafe. Tenho plena convicção que o trabalho foi muito bem feito. Às vezes, o resultado do campo não acompanha o trabalho de maneira imediata. Todavia, o presidente colocou no seu discurso em relação à minha saída o compromisso que ele tinha com o Mário Bittencourt de não me tirar do Fluminense. Essa conversa, de fato, existiu quando estivemos na CBF”, declarou.

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