Brasil conquista medalha inédita com Alexandre Galgani no tiro
Aos 41 anos, o paulista terminou a prova com 254,2 pontos, atrás apenas do francês Tanguy de la Forest, que somou 255,4 pontos e conquistou o ouro
Liana Feitosa –
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Alexandre Galgani conquistou a primeira medalha brasileira no tiro esportivo em Jogos Paralímpicos. Ele foi prata na carabina de ar deitado 10m SH2 misto na manhã deste domingo (1).
Aos 41 anos, o paulista terminou a prova com 254,2 pontos, atrás apenas do francês Tanguy de la Forest, que somou 255,4 pontos e conquistou o ouro. O bronze ficou com a japonesa Mika Mizuta, com 232,1 pontos.
No tiro esportivo, homens e mulheres competem juntos. A categoria em que Alexandre disputou, chamada de SH2, é para atiradores de carabina que não possuem habilidade para suportar o peso da arma com os braços e precisam de suporte para a arma.
As expectativas já estavam sobre ele devido aos ótimos resultados obtidos nos Jogos Parapan-Americanos de Santiago, no Chile, no ano passado.
Na ocasião, Galgani saiu na frente com duas medalhas: prata na categoria rifle 10m e ouro na carabina 50m, batendo o recorde Parapan-Americano na final e garantindo a vaga para Paris.
O paratleta ainda conquistou o bronze no Mundial de Tiro Esportivo de Lima, também no ano passado, na Carabina de Ar 10m, posição em pé.
Em Paris 2024, Galgani está em sua terceira participação, dessa vez acompanhado por Bruno Stov Kiefer. E dessa vez, o pódio veio, coroando uma história que começou há mais de 20 anos.
Trajetória do paratleta
Desde garoto Galgani atirava com espingarda de chumbinho. Em 2002, com 18 anos, ele mergulhou na piscina de sua casa, bateu a cabeça no fundo, e teve uma lesão na coluna, ficando sem os movimentos do corpo.
Foi então que o esporte assumiu um papel ainda mais importante. “No começo foi bem difícil porque eu só mexia os olhos, então, tinha um desânimo muito grande. Tinha uma incógnita que não sabia se eu ia poder sair da cama ou não”, contou o atleta em entrevista ao Globo Esporte em 2023.
Aos poucos ele conseguiu retomar os movimentos dos membros superiores com ajuda da fisioterapia e apoio da família. Com a evolução, o primeiro pedido ao pai foi a ajuda para voltar a atirar.
Mesmo sem todos os movimentos dos membros superiores e não mexendo os dedos da mão, conseguiu retomar várias atividades, se formou em Direito e se tornou atleta. “O esporte trouxe a minha vida de volta”, disse Galgani.
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