Mais de 50 anos de história ‘desgastam’ estrutura e obras empacam no estádio Morenão

Por conta dos seus mais de 50 anos, a estrutura apresenta novas ‘necessidades’ com o andar dos serviços

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Estádio Morenão (Montagem: Henrique Arakaki/Jornal Midiamax e Divulgação/Governo de MS)

Há mais de um ano fechado para reforma e adequação, o Estádio Pedro Pedrossian, o Morenão, vem sofrendo com a idade, já que tem mais de 50 anos de história. O tempo de existência da estrutura é uma das causas no atraso da entrega da obra.

Segundo a Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura) – que atua como instituição de apoio à gestora do estádio, a UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul) – os mais de 50 anos desgastaram a estrutura, o que propicia o surgimento de fatores inesperados à medida que avançam as reformas.

“O que tange à entrega do estádio para uso de práticas esportivas é importante lembrar que existem diversos fatores que podem impactar no prazo de conclusão das obras”, diz ao Jornal Midiamax, em nota.

De acordo com a Fapec, a Fase 2 do projeto está avançada. Os vestiários e banheiros das partes coberta e descoberta do estádio já estão finalizadas. Após a conclusão desta fase, antes da entrega da obra, são necessárias a execução do Piscip (Projeto Segurança Contra Incêndio e Pânico), instalações elétricas e o SPDA (Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas).

Além da idade estrutural do Morenão, outros processos ainda impactam no prazo para a entrega do estádio, como licenças, aprovação das fases de execução pelas instâncias fiscalizadoras e financiadoras, execução adequada dos projetos pelas futuras contratadas, entre outros.

Atraso

As obras de revitalização foram anunciadas dentro do pacote de R$ 120 milhões do Governo de MS ao esporte do Estado, em outubro de 2021 – após aniversário de 40 anos de funcionamento. O investimento total pelo Governo do Estado é de R$ 9,4 milhões.

Alguns meses após o anúncio, a Fundesporte (Fundação de Desporto e Lazer de MS) alegou que o dinheiro já estava com a UFMS no final de 2021, mas a ‘Federal’ dizia que a Fapec (Fundação de Apoio à Pesquisa, ao Ensino e à Cultura), responsável pelas obras, ainda fazia as licitações.

Após um bate e rebate sobre atrasos entre a Fundesporte e a Universidade, as obras começaram apenas em junho de 2022. O processo de revitalização se divide em três etapas: estrutura e banheiros; parte elétrica; e acessibilidade e pânico.

No começo de fevereiro, o Jornal Midiamax questionou a Fapec sobre o andamento das obras e o prazo para conclusão era em até 4 meses, ou seja, em junho de 2023.

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Estádio Morenão (Foto: Edemir Rodrigues/ Arquivo/ Governo de MS)

Grandes eventos esportivos

Desde o início das obras, o Estádio Morenão – principal arena de Mato Grosso do Sul – deixou de receber grandes eventos esportivos. Neste ano, o Pedro Pedrossian deixou de sediar os jogos do Campeonato Estadual Série A e também não recebe as partidas do Operário no Brasileirão Série D.

Mas o maior deles e que movimentou Campo Grande foi o fatídico “Jogo dos Amigos do Éder Militão”, que poderia ser histórico para MS e para o próprio estádio, que já teve até visita de ovnis.

Conforme o Corpo de Bombeiros, uma visita técnica ao estádio confirmou a viabilidade da realização do jogo beneficente. Entretanto, os organizadores precisariam correr contra o tempo para providenciar a documentação necessária e manutenção, já que o evento estava marcado para menos de uma semana depois.

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Estádio Morenão (Henrique Arakaki, Jornal Midiamax)

Após essa etapa, uma nova vistoria seria agendada para verificação final do local. Como um plano B, a organização averiguou a possibilidade de usar o irmão do Morenão, o Estádio das Moreninhas, no Jacques da Luz – que recebeu o Estadual e também a Série B.

A partida beneficente seria inicialmente em Uberlândia (MG), mas alguns contratempos inviabilizaram a realização. Depois foi cotado para Cuiabá (MT), mas novamente não foi possível e os olhos se voltaram para Campo Grande.

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Banner de divulgação, Éder Militão e MC Daniel (Fotos: Reprodução)

De ‘fake news’ ao que seria a maior reunião de estrelas em MS

Tudo começou quando o banner do evento vazou no final de junho e muitos sul-mato-grossenses pensaram se tratar de uma fake news. O material de divulgação trazia em destaque o jogador Éder Militão, como cabeça do evento beneficente, além de grandes estrelas.

Vini Jr. e Rodrygo, companheiros de Militão no Real Madrid, também estavam estampados. Por conta do vazamento, a organização teve que confirmar o evento antecipadamente – motivo que fez muitos desacreditarem que muitos astros pisariam em gramados campo-grandenses. O evento acabou sendo confirmado com uma lista de nomes garantidos.

Além do anfitrião Militão, integravam a lista MC Daniel, Emerson Sheik, o youtuber Jukanalha, o cantor Negão da BL, Marcelinho Carioca, Valdo Militão (ex-jogador e pai de Éder) e o cantor Naldo. Entretanto, menos de uma semana depois, o jogo beneficente acabou cancelado.

Ou melhor, segundo nota divulgava, ele teria sido adiado, mas com data a ser definida. “[…] após o estudo necessário para a prática da partida, foi verificada a falta de compatibilidade de agenda por parte do craque Éder Militão, que até então havia se programado para estar na Capital de Mato Grosso do Sul”, disse parte do comunicado.

A nova data seria neste mês de agosto, mas até então o assunto foi aparentemente enterrado. O Jornal Midiamax tentou contato com a organização, mas até esta publicação não houve retorno.

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