Sopa da Mamuska? Medalhistas de MS revelam ‘receita mágica’ para superar adversários e conquistar o pódio

Medalhistas garantiram vaga no Pan-Americano 2022 e dão a receita para o sucesso nas competições. Dedicação e muito treino estão entre os ingredientes

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Ian, Débora e Anderson foram ouro na Copa Brasil (Fotos: Arquivo pessoal)

Nesta semana, a delegação de Kickboxing de Mato Grosso do Sul trouxe 25 medalhas para o Estado da Copa Brasil de Kickboxing, que aconteceu entre 4 e 7 de setembro, em Maringá (PR). Os medalhistas garantiram a 7ª colocação geral da competição.

Ser bem-sucedido em competições tem uma ‘receita mágica’, que não é a sopa da Mamuska Sardinha – da família que ficou famosa na novela ‘Da Cor do Pecado’ (2004) -, que deixava o clã sardinha com força sobrenatural. Entre os medalhistas ouvidos pelo Jornal Midiamax, a fórmula é praticamente unânime.

Na Copa Brasil, MS conquistou oito ouros, 12 pratas e cinco bronzes. Um desses ouros é do lutador de Ponta Porã, Ian Andrwei Benites, de 29 anos. Segundo ele, a tal receita é dedicação, renúncia e foco.

“Não me considero um superatleta, mas conseguimos avaliar isto: se está treinando muito, treine o dobro. Se está treinando o dobro, treine o triplo. Fazer com dedicação aquilo que temos como objetivo”, revela o medalhista à reportagem.

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Ian é treinador e professor de Muay Thai (Fotos Arquivo pessoal)

Ian divide a rotina de treinos com o trabalho de treinador e professor de Muay Thai e esse cotidiano o ajudou a conquistar o ouro na Copa Brasil. “[…] já estamos vindo de uma rotina de treino bem acelerada nos últimos quatro meses. Não tem treino fácil com os meninos aqui da academia. Treinamos de duas a três vezes ao dia em calendário de competição, alternando entre treinos físicos, táticos e técnicos”, conta.

Depois, quando todo o trabalho está feito, basta aproveitar a emoção. “Sentimento indescritível. Sempre há um receio como atleta de estar em uma competição nacional, então você se ver em uma final e ainda mais que isto, estar medalhando em primeiro lugar […] Sensação única”, descreve Ian.

Dedicação e obediência

Há sete anos, a rotina de Débora da Rosa Santos, de 37 anos, é manter uma alimentação balanceada e treinar duas vezes ao dia, além do trabalho como cuidadora de crianças e a vida com os três filhos.

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Débora é cuidadora e dá aulas em academias (Foto: Arquivo pessoal)

“De manhã eu trabalho, na parte da tarde faço dois treinos, das 16h às 18h e aí vou para academia dar aula. Trabalho em duas academias. Depois faço 7 km de corrida”, relata a lutadora, que também faturou o ouro na Copa Brasil.

Para tal conquista, a fórmula dela é dedicação e obediência. “Se dedicar o máximo possível e fazer tudo que nossos professores nos ensinam; sempre obedecer o que eles nos falam”, começa a medalhista. “É preciso acreditar nos nossos sonhos, acreditar que podemos ser campeões e sempre ser atletas que escutam seus professores […] E quando subir no ringue dar o seu máximo”, complementa com uma pitada de otimismo.

Além de tudo, o gosto pelo esporte já está criando raízes. A filha mais nova de Débora, Kinivin Francielly, de 14 anos, também luta e acompanha a mãe nos eventos esportivos. Além dela, a cuidadora também tem o Lucas Thiago, de 19 anos, e Ivwinin Yara, de 16.

E sobre o sabor do ouro: “É uma emoção muito forte. Uma adrenalina porque é uma competição onde só tem os melhores do Brasil e a gente conquistar um ouro é muita emoção. Nossos oponente são atletas muito bons e muito bem treinados”, detalha Débora.

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Michael e Débora treinam na mesma academia (Foto: Arquivo pessoal)

“Tudo que conquistamos com dificuldade tem um gosto mais saboroso na vitória”

O lutador Michael Antunes Fernandes, o Jamaica, de 27 anos, está desfrutando do vice-campeonato na Copa Brasil, conquistado com muito suor. “Não tenho palavras para descrever a emoção por conta de tantos treinos e tanto sofrimento para conseguir tais feitos”, descreve ele, que já foi campeão brasileiro de Muay Thai.

Para o medalhista, não desistir no árduo caminho da luta é um dos ingredientes para o sucesso. “A receita mágica é treinar muito, se dedicar aos treinos, cuidar da alimentação e não desistir. Tem muitas coisas que dificultam o caminho, mas isso só torna o resultado mais glorioso. Tudo que conquistamos com dificuldade tem um gosto mais saboroso na vitória”, declara.

Há 1 ano treinando kickboxing, Michael vem do Muay Thai e participa de competições desde 2016. O lutador de Ponta Porã está de mudança para Campo Grande e garante que o “combate” não é só no ringue.

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Michael levou uma medalha de prata na competição (Foto: Arquivo pessoal)

“Não só os adversários foram difíceis, mas também o processo para poder lutar: a perda de peso, os dias de treinamentos intensos e a desidratação antes da pesagem; tudo isso torna mais difícil chegar a ser medalhista nacional”, explica.

E a rotina do Jamaica é puxada, com vários treinos ao dia. “O mínimo que devemos fazer é treinar muito. Minha rotina começava com um treino das 6 às 7 horas da manhã. Depois às 17 horas fazia musculação e na parte da noite tinha mais um treino de kickboxing. Depois corria 4 km para manter o fôlego”, pontua.

Preparação antecipada

Faturar o ouro na Copa Brasil aconteceu nesta semana para o lutador Anderson da Mota, de 37 anos, mas a preparação começou muito antes. “Venho me preparando desde o final do ano de 2021, focado em todas as competições de 2022”, conta.

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Anderson durante a luta (Foto: Arquivo pessoal)

Esse preparo também inclui outras competições no caminho, que garantiram alguns títulos a Anderson, que também é motorista de caminhão. “Campeão estadual, vice-campeão brasileiro, vice-campeão da Copa MS e campeão da Copa do Brasil, em uma rotina de treinos diários, entre preparo físico e técnico de 2 a 3 horas por dia”, relata.

Todo o esforço foi agraciado com a medalha de ouro. “É um sentimento único e a medalha de ouro é o sonho de todo atleta, ainda mais em um esporte tão competitivo como o kickboxing”, revela ele, que treina kickboxing desde 2011 e tem um projeto social em Terenos.

Para o lutador, chegar ao pódio requer estudo e dedicação. “A receita mágica é estudar as regras, trabalho físico e metal e uma dedicação diária com os treinos de alto rendimento”, diz Anderson.

Copa Brasil de Kickboxing

Ao todo, a competição reuniu cerca de 900 atletas de 15 estados do Brasil. O evento aconteceu simultaneamente com o 1º Campeonato Brasileiro Universitário de Kickboxing. Há a expectativa de que o esporte estreie nas Olimpíadas de 2028.

Segundo a CBKB (Confederação Nacional de Kickboxing), todos os campeões garantiram vaga para o Pan-Americano 2022, que acontece em Cascavel (PR), entre 16 e 20 de novembro. A competição serve como seletiva do continente para o World Combat Games, em Riyah, na Arábia Saudita

Menção honrosa aos outros medalhistas

Confira o nome de todos os medalhistas da delegação de MS:

  • ANDERSON RAMOS DA MOTA – OURO
  • DEBORA DA ROSA SANTOS – OURO
  • GIOVANNY AMARÍLIO DO NASCIMENTO – OURO
  • HENRIQUE CONCEIÇAO PEREIRA AMARAL – OURO
  • IAN ANDRWEI SILVA BENITES – OURO
  • JOEL DIAS DE OLIVEIRA JUNIOR – OURO
  • KAWAN B. CAVALHEIRO – OURO
  • PAULO GABRIEL DA S. PEREIRA – OURO
  • ANDREY AUGUSTO DOS SANTOS FLORENCIO – PRATA
  • BIANCA FANTINI TALGATI – PRATA
  • CARLOS HENRIQUE DE OLIVEIRA CORREIA – PRATA
  • CLÉBER CÓRDOBA JUNIOR – PRATA
  • CRISTIANE OCAMPOS DA SILA – PRATA
  • DANIEL DOS SANTOS GUIMARAES – PRATA
  • GABRIELY SALDANHA VARJAO – PRATA
  • GUILHERME MARTINS CRUZ – PRATA
  • JOEL DIAS DE OLIVEIRA JUNIOR – PRATA
  • JORGE VERÁ DENGUEZ – PRATA
  • MICHAEL ANTUNES FERNANDES – PRATA
  • NATAN MIRANDALOPES – PRATA
  • CLÉBER CÓRDOBA JUNIOR – BRONZE
  • CRISTIANE OCAMPOS DA SILA – BRONZE
  • INGRID CRISTINI FRANCO – BRONZE
  • JOSÉ OLIVIO PEREIRA BARBOSA – BRONZE
  • MARCOS RYAN SORRILHA DASILVA – BRONZE
  • WEVERTON GUSTAVO JORGE DE MELO – BRONZE

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