Se a temporada 2020 foi algo completamente fora do comum, com uma parada de meses e uma maratona de jogos a partir disso, a temporada 2021 também não será normal. Primeiro que ela começará no fim de fevereiro. Segundo: teremos estaduais três dias depois do fim do Campeonato Brasileiro.

Um planejador de calendários pensaria como primeira alternativa para este ano de 2021 o encurtamento ou até exclusão de competições de menor importância. Não foi isso que aconteceu.

Então ao ver dicas de apostas esportivas, as plataformas de palpites e a relação de jogos da semana, não fique surpreso: será uma loucura completa mesmo.

Veremos muitos reservas

Depois da longa campanha na Libertadores que terminou em vice-campeonato para o Palmeiras, o Santos teve que apertar o freio. Marinho e Soteldo se lesionaram e o clube estuda começar o estadual em 2021 com o time sub-23. Isso estará longe de ser algo fora do comum.

Os estaduais começarão no dia 28 de fevereiro. A Copa do Brasil começará no dia 10 de março. A Pré-Libertadores, que costuma punir os clubes brasileiros que mal saíram das férias, também começa em fevereiro, mas os times daqui entram em março.

E ainda temos competições específicas para complicar o calendário de certas equipes. A Copa do começa no dia 27 de fevereiro – sim, os jogos se empilham mesmo – ainda tem a Supercopa do Brasil no dia 10 de março para o campeão brasileiro da Copa do Brasil e a Recopa que o Palmeiras terá que encarar contra o campeão da Sul-Americana, o Defensa y Justicia.

Calma que tem mais.

Uma reclamação de anos é a Seleção Brasileira ser um peso para os clubes em vez de uma honra em ver os jogadores serem convocados por Tite ou as equipes de base. Em 2021 essa reclamação não terá seu fim.

A será disputada em junho e julho – 30 dias no total, mais a preparação – e não teremos pausa dos clubes. Ou seja, jogadores convocados irão desfalcar suas equipes, algo que irá prejudicar os melhores elencos. A final os substitutos até podem ser bons, mas perder suas estrelas sempre é um prejuízo.

O treinador Tite ainda abriu uma possibilidade que pode ser usar uma equipe alternativa para fazer testes. Se isso significa mais jogadores do Brasil ainda, não se sabe.

Também teremos eliminatórias em 2021, com dez jogos para a disputa entre os países para ver quem irá para a Copa do Mundo do Catar. Ou seja, nesse caos completo, a Seleção se junta aos problemas e não às soluções.

Sem férias, lesões devem empilhar

A pandemia atingiu em cheio ao e os clubes, que já não eram bem geridos em sua imensa maioria e viram um baque nas receitas. Por isso pensar em longas férias depois de quatro meses parado é inviável.

O problema é que os jogadores não terão descanso a menos que as equipes os poupem e joguem com times alternativos. Os atletas atuam desde o meio do ano e com um calendário trágico em 2021 completarão 18 meses seguidos de jogos quarta e domingo ou até pior. As lesões musculares serão numerosas e também aumenta a chance de outras contusões sérias.

Clubes com grandes elencos serão premiados e poderão disputar todas as competições com força, especialmente o Brasileirão. Mas com o fator seleção tirando as estrelas das equipes e o medo de lesões afetando todo mundo, ninguém sairá impune.

Bons treinadores serão ainda mais um diferencial, já que rodar o elenco, manter titulares e reservas envolvidos e desenvolver talentos que chegam da base será uma necessidade. Se 2020 não foi fácil, 2021 também não.