Davi não entrou no estádio, mas assistiu partida do lado de fora

Testemunhas que estavam próximas ao torcedor do  Davi Rocha Lopes, 27 anos, que morreu neste sábado (8) durante uma confusão entre torcidas do Vasco e do Flamengo, disseram que o vascaíno morreu com um tiro disparado por um policial, em entrevista ao UOL Esportes.

Davi não conseguiu entrar no estádio do São Januário, mas assistiu ao jogo entre Vasco e Flamengo do lado de fora. Amigos do torcedor contam que ele trabalhava em uma lanchonete e morava em uma comunidade do Rio de Janeiro.

Nenhum dos amigos de Davi quis se identificar. A confusão começou quando torcidas organizadas do Vasco se revoltaram com a perda do jogo, e tentaram invadir o estádio. Policiais militares foram chamados para conter os torcedores.

Quando um carro da polícia foi quebrado próximo ao portão 9 do São Januário, policiais começaram a disparar com balas reais em direção à torcida, disseram testemunhas. Policiais jogavam bombas enquanto a briga entre torcedores se alastrava, contam os amigos de Davi.

“Um polícia puxou a arma e acertou na barriga dele. Ele era cego de um olho e não viu essa aproximação. Na hora não saiu muito sangue. Nós socorremos e ficamos uns 20 mnutos carregando ele até que um carro parasse pra levar pro hospital”, disse um amigo de Davi.

“Tinha mulher e criança ali. A torcida estava querendo invadir e a polícia agiu. O policial puxou a arma de fogo e fez o disparo em direção da gente. Infelizmente pegou na barriga dele. Eu vi ele caindo, mas fui socorrer outro colega que tinha pegado bala de borracha”, diz outra pessoa próxima ao vascaíno.Tiro que matou torcedor do Vasco em jogo partiu de PM, dizem amigos

Apesar de alguns de seus amigos dizerem que ele não era membro de nenhuma torcida organizada, o UOL Esporte apurou que o torcedor fazia parte da Força Jovem, era membro da 9ª Família (Zona Oeste), torcida organizada do Vasco.

Em nota, a Polícia Militar disse que está investigando a situação e afirmou que “aguarda perícia e apuração por parte da Polícia Civil”. Um procedimento para apurar o caso foi instaurado no 4º Batalhão da Polícia Militar do Rio, segundo o UOL Esportes.