O Grêmio Santo Antônio foi criado há três anos

Foi observando o filho, que desde cedo já dava sinais de talento no futebol, que o empresário Fernando Caneppele, fundou, em 2013, o Grêmio Santo Antônio Futebol Clube. O time profissional tem reunido adolescentes do Estado, que agora estão na categoria sub-14, e oferece condições para que os meninos – de diversas camadas sociais -, corram atrás do sonho e da bola nos gramados.

“Campo Grande não tinha um grande clube que pudesse dar a chance pra esses meninos. Já passaram mais de 70 meninos por aqui”, contou Fernando, enquanto observava os garotos treinarem, ao comando do técnico Kleiton Queiroz, que não dava moleza para eles no campo do Poliesportivo Dom Bosco.

O treino em questão, no entanto, tem destaque: neste sábado (12) o time viaja para o Rio de Janeiro, onde irá treinar com Clubes como Flamengo e Vasco. Os treinos preparam os garotos para o Campeonato Base Brasil 2020, que acontece em Campo Grande em 2017.

 

O Grêmio abre as seletivas e é assim que os talentos se revelam. Fernando investe no clube praticamente sozinho. Além da equipe técnica, Grêmio Santo Antônio fornece psicólogos, fisioterapeuta e nutricionista para os jogadores. O empresário relata que as meninos trazem demandas inesperadas, muitas vezes, como auxílio alimentar e de transporte.

A atenção especial, conforme explica, é necessária, já que a rotina de treinos exige dos meninos boas condições físicas, mentais e psicológicas. São 4 dias durante a semana em que as tardes são dedicadas ao esporte.

Confira o treino dos guris no vídeo:

 

 

 

 

 

Outro atrativo do projeto são as bolsas de estudo na Escola Dom Bosco. Dez jogadores do time estudam no colégio com bolsa integral, de acordo com o empresário. Apesar do auxílio – os psicólogos atuam junto às famílias, construindo um trabalho conjunto de apoio -, Fernando explica que falta ‘visão’ às empresas de Mato Grosso do Sul e ao poder público, para que incentivem e financiem o esporte.

 

O técnico Kleiton não dá moleza pros guris (Luiz Alberto)

 

 

Leandro, 14, conheceu o Grêmio pelo site na internet. Com um pouco de nervosismo, ele se arriscou à seletiva e já está há um ano no time. Na bagagem, além dos sonhos, ele carrega as histórias das viagens que já realizou para competir pelo time. Morador do bairro Dom Antônio Barbosa, o adolescente pega dois ônibus para ir treinar – uma hora e meia até chegar ao poliesportivo Dom Bosco.

“É a primeira vez que viajo ao Rio. Estou com bastante expectativa de conhecer os outros times”, conta. Acostumados a fazer fila nos treinos e nos jogos, eles se colocavam em linha, sorrindo, para falar sobre o que mais gostam.

 

Leandro já treina há um ano no Grêmio (Luiz Alberto)

 

“Meus pais me incentivam”, explicou Kendy Rafael, 14. É a terceira vez que o garoto viaja junto ao Clube. Ainda assim, Kendy afirma “estar um pouco nervoso”. Questionado sobre a possibilidade de ser ‘descoberto’ por algum olheiro na Capital carioca, ele ri um pouco e revela: “acho que está muito cedo, ainda não estou preparado para sair daqui”.

João Victor Nunes, 14, vem de Terenos. Uma amiga da mãe o avisou das seletivas e ele não deu descanso até ser levado ao time. O adolescente recebe incentivo dos pais e de toda a família. O tio, por exemplo, é um dos entusiastas, e leva João em todos os treinos. ‘Calouro’ no Grêmio, é a primeira viagem do menino, que joga há quatro meses no Clube.

“É a primeira viagem, estou ansioso. É um conhecimento, uma troca, com os outros times”, afirma. “Ah, seria difícil, mas acho que eu aceitaria”, respondeu, afirmando que enfrentaria o desafio de deixar a família e ir morar em outro Estado para jogar futebol.

 

De Terenos, João Victor não tem medo de ser levado para longe (Luiz Alberto)

 

“É cansativo, mas eles investem na gente”, conclui, com sorrido torto. Neste sábado, rumo ao Rio de Janeiro, os meninos dão mais um passo no campo vasto e cheio de desafios que é o sonho com a carreira de jogador profissional de futebol.