Vasco: crise expõe racha na diretoria e na comissão técnica

Time enfrenta momento difícil 

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Time enfrenta momento difícil 

Se já não bastasse o péssimo momento no Campeonato Brasileiro , o Vasco também convive com uma divisão nos bastidores do departamento de futebol . De um lado, o vice de futebol, José Luis Moreira e o gerente de futebol, Paulo Angioni. Do outro, o assessor especial da presidência, Eurico Brandão, o Euriquinho, que exerce forte influência no setor.

A crise, porém, não se resume apenas ao trio. O coordenador científico Alex Evangelista está do lado de Euriquinho, assim como o vice médico, Egas Manoel. Já Celso Roth e a maioria dos outros vice-presidentes estão juntos com Zé Luis e Angioni, muito pela boa relação com o vice de futebol. O presidente Eurico Miranda deve voltar de Brasília nesta terça para tentar administrar a situação. Atualmente, ele está no meio dos grupos.

O estopim da situação foi na última sexta, quando Euriquinho tomou a liberdade de conversar em particular com os jogadores e pediu a saída de toda a comissão técnica do vestiário. A reunião atrasou a atividade e revoltou muita gente no clube. Há quem diga que o filho do presidente esteja indo longe demais em algumas atitudes. Ele, porém, se defende, mas também ataca.

“Não sou amigo do Angioni, assim como não sou amigo de qualquer pessoa da comissão técnica ou outro profissional do clube. Aqui a relação é de trabalho e todos temos que trabalhar para tirar o Vasco dessa situação. Se tem alguém insatisfeito, é só avisar. Eu passo para o meu pai e a pessoa vai embora. Não queremos ninguém insatisfeito aqui”, disse Euriquinho, que nunca teve boa relação com Angioni.

José Luis Moreira, homem de confiança de Eurico, já havia se irritado com Euriquinho após algumas atitudes centralizadoras em negociações. Na sexta, também náo gostou do que aconteceu. O vice de futebol, porém, disse que após algumas conversas na tarde da última segunda-feira, tudo se normalizou no departamento de futebol.

“Talvez o Euriquinho tenha se expressado mal em algum momento, por estar com a cabeça quente pelo momento que vivemos. Mas, depois de hoje, posso dizer que não tem problema nenhum no departamento de futebol. Conversei com todo mundo e agora é momento de estarmos unidos”, explicou o dirigente.

A reportagem também procurou Paulo Angioni, mas ele não quis se pronunciar sobre o assunto.

CAPRRES É UM DOS FOCOS DA CRISE

O Centro Avançado de Prevenção, Reabilitação e Rendimento Esportivo (Caprres) está no centro da crise do Vasco. O coordenador do setor, Alex Evangelista, é contestado internamente por algumas pessoas. Não pelo lado profissional, mas sim por algumas atitudes. Com carta branca da diretoria, ele bateu de frente com Doriva a o auxiliar do ex-treinador, Eduardo Souza. Além disso, não se relaciona bem com algumas pessoas do departamento de futebol.

Desde a chegada de Roth, Evangelista perdeu espaço e, agora, atua apenas na fisioterapia. No campo, tudo fica resumido ao preparador físico Paulo Paixão. O próprio Evangelista publicou, no último domingo, uma espécie de desabafo no Instagram, dizendo que o Caprres estava sendo “subestimado” por alguns.

ROTH COGITOU ATÉ SAÍDA NA SEXTA

O técnico Celso Roth foi um dos que ficou mais revoltado com a reunião de portas fechadas de Euriquinho com os jogadores na última sexta. O treinador, de cabeça quente, chegou a cogitar um pedido de demissão, Todavia, o vice de futebol, José Luis Moreira, e o gerente de futebol, Paulo Angioni, conseguiram contornar a situação e acalmar o técnico.

Euriquinho garantiu não saber da insatisfação do treinador na sexta. O assessor especial da presidência disse que nem o técnico falou sobre isso com ele, nem alguma outra pessoa da diretoria teceu comentário sobre o assunto.

 

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