M.U.L.H.E.R. = M ais U ma L uta H oje E terna R ainha. É assim que inicia a batalha das donas do campo, as heroínas – muitas vezes invisíveis – que alimentam o mundo, a força feminina que carrega vida, sabedoria da terra e legado por onde passa.
Nesta segunda reportagem especial, alusiva ao Dia Internacional da Mulher, vamos mostrar o perfil de algumas “agro girls”, relatando os desafios e perspectivas neste universo que costumava ser muito masculino.
Aliás, dados como um todo apontam o crescimento da participação feminina no agronegócio brasileiro, envolvidas em atividades que vão desde a gestão, passando por práticas sustentáveis até a inovação tecnológica.
Conforme a CNA (Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil), o PIB (Produto Interno Bruto) do setor deverá crescer até 5% em 2025. A Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação) também aponta aumento positivo, de 6,8% para este ano, impulsionado pela chamada revolução do agronegócio e da agroindustrialização, tendo muitas mulheres como protagonistas e, inclusive, gerindo fazendas e trazendo soluções inovadoras.
São Anas, Robertas, Marias e tantas outras…as agro girls que reinam em Mato Grosso do Sul...

Quando o ‘melhor amigo’ se foi, Guta precisou assumir protagonismo no campo
É justamente o caso da médica veterinária, pecuarista e especialista em reprodução de cavalos, Maria Augusta Alonso, de 43 anos, chamada por todos de Guta. Ainda jovem, precisou assumir o protagonismo no campo, ao perder seu pai, alguém que considerava o seu melhor amigo e vivia uma relação muito saudável, com memórias suficientes para dizer que “nasceu em um curral” e intercalava entre este local e o haras da família, até o inesperado acontecer…
“Meu avô era publicitário e o meu pai também. Era para seguirem caminhos totalmente diferentes, mas, foram para a vida no campo. No caso do meu pai, Ricardo Alonso, tudo começou em 1979. E ele faleceu cedo, aos 59 anos, então, acabei assumindo a gestão das fazendas, tanto no interior de São Paulo quanto em Mato Grosso do Sul. E sempre me senti muito respeitada, fui criada independente de gênero, mas, sei sim que muita coisa acontece por aí. Meu pai sempre dizia: ‘Você pode ser o que quiser, basta querer e trabalhar’. E sempre carreguei isso comigo”, afirmou Guta ao Jornal Midiamax.
Assim, no ano de 2003, Guta fez a escolha do que seria inevitável: formou-se em medicina veterinária, na renomada USP (Universidade de São Paulo).

“Me tornei especialista em reprodução de cavalos. Fiz mestrado e doutorado e agora atuo como pesquisadora, nesta mesma universidade, em um momento de pós-doutorado. Atualmente, atuo em um laboratório que estuda equídeos, que são os burros, cavalos e jumentos e aí trabalho com isso desde 2013, assumindo também a gestão das fazendas. Neste ano, completa uma década”, contou.
Desta forma, Guta intercala entre o interior de São Paulo e Mato Grosso do Sul, tendo, entre eles, um haras com uma central de reprodução equina e criação de manga larga. Nas horas vagas, encontrou uma paixão: a fotografia, sendo suas imagens e olhar tão diferenciados que as fotos permanecem em exposição, em eventos agropecuários de todo o país.
“Os quadros serão expostos quatro eventos nos próximos dias, o Conecta mulheres, em Uberaba, Minas Gerais, além de outros de melhoramento genético e do agro como um todo, em Campo Grande, Pirassununga e na própria USP, onde me formei. Os cavalos e a fotografia fazem parte da minha vida. Me tornei também membro do Conselho Técnico Consultivo da Embrapa [Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária] Geneplus”, argumentou.

Entre as realizações, no entanto, uma delas é de maior motivação no momento. “Sou mãe de uma menina de 10 anos, que é apaixonada por este mundo. E foi justamente por isso que participo de uma associação, com vários parceiros, na intenção de falar do agro dentro das escolas. Estamos pensando em uma mudança para as novas gerações. E são coisas que me fazem lembrar do meu pai também. Ele era o meu melhor amigo, a pessoa com quem eu decidia tudo na minha vida e estar longe dele e assumir tudo foi a decisão mais difícil que tive. Minha filha tinha seis meses de vida na época, ele se foi subitamente”, relembrou a médica veterinária.
Mesmo que inesperadamente, Guta se tornou o esteio da família e passou a cuidar da irmã também. “Agora, recentemente, estou tendo apoio. O meu futuro marido trabalha na mesma área e agora, finalmente, encontrei uma pessoa que está me dando suporte. Só que agradeço muito porque sempre tive a minha rede de apoio, minha mãe e o meu padrasto, que estão me ajudando até agora”, ressaltou.
Além disso, quando revive a sua história, a “Guta dos cavalos” fala do convívio com muitas mulheres espetaculares no campo. “Entendo que somos complementos um do outro, uma da outra, fazemos as coisas junto de homens e mulheres o tempo todo e acaba que cada um de nós tem um papel fundamental. E realmente vejo como as mulheres do agro estão vindo muito fortes. E agradeço sempre por ter tido um pai que me ensinou muito sobre isso, deixou eu exercer o meu papel e a minha força. Tive sorte”, comentou.

Deste modo, nasceu a Associação Donme (De Olho no Material Escolar), a qual atua na melhoria da qualidade da educação e vivência prática.
“Nós pegamos as crianças nas escolas e levamos para as propriedades rurais, feiras agropecuárias, entre outros eventos do ramo. No ano passado, por exemplo, tivemos passeios em grandes feiras, como a Expozebu, Expogenética e Feicorte, mas, ao todo, nestes últimos quatro anos, milhares de crianças já participaram“, falou.
Fruto de todo este trabalho, que já conta com 377 associados e atua em 18 estados, realizando, em 2024, apresentações para 4.960 alunos e 198 professores, conforme dados da Associação, Guta está concorrendo ao Prêmio Mulheres que Conectam, na categoria Inovadora no Campo e Empreendedora Rural, e que reconhece força, a visão e a inovação das mulheres que transformam o agro. O resultado será nos próximos dias 13 e 14 de março, em Uberaba (MG).
Aos 22 anos, veterinária começou a viajar sozinha para o Pantanal

Ana Cristina Andrade Bezerra, de 51 anos, também é um exemplo do trabalho e da força feminina no campo. Médica veterinária formada pela UFMS (Universidade Federal de Mato Grosso do Sul), há 29 anos, trabalha com orientações nutricionais, principalmente na região do Pantanal, função que começou a desempenhar muito jovem e a fez pegar a estrada sozinha, com a intenção de fazer diagnósticos em propriedades sul-mato-grossenses.
“Eu comecei a montar os roteiros de viagem com 22 anos, assim que me formei. Eu ia nas invernadas olhar o gado, olhar o pasto, ver como estava o consumo dos produtos que fornecíamos para aquela propriedade e também alguma demanda específica de algum lote, por exemplo, algum animal que deveria ser enviado para abate, alguma programação ou fêmeas que iam entrar em estação de monta, suplementação, castração também, várias questões”, afirmou Ana ao Jornal Midiamax.
Conforme Ana, no início da carreira, ela saía “bem de madrugadinha” de casa. “Chegava na fazenda e, geralmente, ia embora no outro dia, ainda mais quando se tratava de um serviço mais longo, de ver mesmo o resultado que a gente tinha programado, e daí ia seguindo o roteiro até retornar para Campo Grande. Saía terça e ficava até sábado. Na época, a empresa que eu trabalho patrocinava, como patrocina até hoje, vários leilões no Pantanal, e aí as viagens se estendiam por fazendas próximas ao leilão. Fui trabalhando e, nesse meio tempo, tive três filhos”, relembrou.
Funcionária em casa e marido com as crianças: ‘Tive uma boa rede de apoio’

Para dar conta da demanda, Ana fala em uma “boa rede de apoio”. “É muito importante frisar o apoio de ter outra mulher me ajudando em casa, trabalhando comigo. Eu sempre tive uma funcionária que me ajudava com os afazeres domésticos e o apoio do meu marido. Quando eu estava ausente, ele ficava com as crianças. Chegava às vezes sábado à noite, ou só ficava no domingo em casa, e era assim a rotina”, relembrou.
Atualmente, a médica veterinária ressalta que assumiu outras funções, agora como diretora de operações, tendo outras atribuições e montando a própria equipe que vai a campo. “Agora é o contrário, tem muito cliente que vem ao escritório com a sua demanda. E aí eu faço a parte de qualidade, de programação das operações que a empresa vai fazer, então, meu modo de trabalhar mudou. Mas, no início era como falei antes, viajando sozinha, muitas vezes 20, 30 km para pegar uma estrada. O bom é que eu conhecia os funcionários, as esposas deles, isso também foi um apoio muito importante”, argumentou.
Olhando sua trajetória, de uma mulher que cursou o último ano da universidade com um bebê no colo, inclusive, tendo o apoio de professores em aulas práticas e mais uma babá, Ana se considera vitoriosa. “Eu a consegui em um momento muito importante, pois, me ajudava e olhava o meu filho enquanto eu estava na aula. Eu pegava para amamentar e, em seguida, ele já foi para a creche, aos quatro meses. Depois, teve o estágio e eu me formei quando ele tinha um ano de idade. E logo assumi uma cadeira de professora substituta na UFMS“, afirmou.
‘Sempre me dediquei para estar no mercado’, ressalta veterinária

Neste período enquanto professora, Ana relembra que foi um ano e meio de muito trabalho. “Eu me dedicava para estar dentro do mercado de trabalho também, reconhecida pela minha competência. E, graças a Deus, não tenho nenhuma história de preconceito ou de dificuldade, quanto ao fato de ser mulher e estar trabalhando no agronegócio. Sempre tive pessoas muito sérias trabalhando ao meu lado e que me respeitaram muito, então eu não tive essa dificuldade que algumas colegas relatam e que realmente acontece”, lamentou.
A veterinária fala que se sente privilegiada pelo fato de trabalhar com pessoas de seriedade e moral elevada, as quais jamais a excluíram de nenhuma função, por ser mulher. “Eu acredito que nós, mulheres, temos uma visão mais generalista das coisas, a gente não olha só o trabalho a ser executado, mas também a forma como vamos executar, considerando as pessoas envolvidas e priorizando um ambiente agradável para todos. E foi assim nos locais onde estive, na região do Pantanal principalmente, Paiaguás, Nhecolândia e a região do Nabileque”, falou.
Ao longo de quase três décadas de trabalho no campo, Ana fala que já teve muito reconhecimento. “Muitas pessoas que eu encontro se lembram, falam até hoje, continuam acompanhando o meu trabalho e isso é muito bom. E preciso reconhecer que o meu companheiro sempre foi muito parceiro e não limitou o meu desempenho profissional. Foi algo muito bem conversado, que eu viajaria, em um ambiente majoritariamente masculino, porém, sempre teve muito respeito. Hoje tenho três filhos adultos, o meu mais velho faz 30 este ano, e tenho uma menina de 25 e o mais novo, de 21. Todos adultos, formados e um cursando faculdade, então, tenho muito orgulho da vida que levei até hoje e da minha profissão“, disse.
‘Conversas encorajadoras’: Ana sempre orientou estagiárias

Para as profissionais mais jovens, Ana fala que sempre teve muitas conversas encorajadoras. “Várias meninas fizeram estágio comigo, e eu sempre falo sobre esta postura de seriedade, competência e estudo, a qual desbanca muito o preconceito, e o ambiente em que a gente observa preconceito e limitação, simplesmente a gente se afasta dele e busca ambientes onde a gente possa mostrar a qualidade do nosso trabalho, então, temos muitas mulheres no agronegócio, desempenhando um papel excepcional, e na maioria delas a gente pode observar essas características, como competência, comprometimento, seriedade, respeito aos companheiros de trabalho, ao local que trabalha, aos animais próximos ou a lavoura”, finalizou.
Jovem e estudiosa, Roberta Luiza Gomes Maia, de 32 anos, passou pelo processo inverso, quando se fala em agronegócio. Filha, neta e bisneta de produtores rurais, tinha certo preconceito, já que viu os familiares – principalmente o pai e tios – viverem ausentes de casa por estarem sempre trabalhando no campo e jamais imaginou estar na mesma condição. Desta forma, formada em administração e já cursando o mestrado, foi surpreendida pelo pai: “E aí filha, quando vai assumir os negócios da família?”.
Sucessão foi surpresa para administradora campo-grandense: ‘Reviravolta’

Assim, iniciou-se a sucessão familiar de uma empresa de nutrição animal campo-grandense. “No início, eu queria seguir a carreira acadêmica na faculdade, só que eu tive uma disciplina chamada gestão do agronegócio, com a professora Silvia Caleman, que tinha uma empresa de consultoria agro. Eu pensava em ser professora, só que, com ela, acabei tendo uma visão muito diferente do agronegócio, foi uma reviravolta. E eu vi meu pai, vô e tios, sempre trabalhando muito, então, não via com bons olhos. Eu pensava que o trabalho da minha família me afastava da minha família”, argumentou.
Mesmo resistente, Roberta foi mudando a visão. “Eu pensava que eles trabalhavam demais, corriam riscos, e aí tudo foi mudando. No ano de 2012, por exemplo, tive a disciplina de gestão de cadeias agroindustriais, e isso começou a racionalizar a minha vida. Antes, eu pensava que o agronegócio era mais para quem cursava veterinária, zootecnia, então, achava que não tinha nada a ver com o meu perfil, só que tudo foi desmistificando no mestrado. E aí fui para São Paulo, fiquei um ano estudando no agro, na FEA (Faculdade de Economia e Administração), da USP (Universidade de São Paulo), onde eu vi um outro mundo, um agro organizado“, relembrou.
Neste momento, a administradora também teve a oportunidade de conhecer a Famasul (Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul). “Me envolvi no agro e aí fui convidada para criar o Famasul Jovem, em um projeto que fiquei à frente por sete anos, até ter os meus filhos. Neste processo todo eu entendi o agro como um setor pujante, que precisa de gestão, justamente o que aconteceu na história do meu pai. Ele é filho de produtor, médico veterinário, e quis fazer uma indústria de produção animal. E fez muito bem, tanto que a empresa tem 33 anos”, ressaltou.
‘Fui muito bem instruída por outras mulheres’, diz Roberta

Engajada com os projetos, Roberta fala que passou a ter contato com sindicatos e associações de produtores, entre outros. “Fui pegando gosto e vendo as oportunidades de trabalho. E aí meu pai me questionou se eu não iria trabalhar com ele e aí as coisas foram acontecendo. Após o mestrado, eu fiquei dividida entre entrar no mercado ou fazer o doutorado, até que falei para uma professora: ‘Eu admiro tanto você que quero ser igual a você quando crescer,mas, neste momento estou sentindo que preciso ter uma vivência de mercado. E foi aí que atuei oito anos de forma voluntária na Famasul e na empresa da minha família”, argumentou.
Em todo este processo, Maia diz que foi muito bem instruída por outras mulheres. “Todas fortes, que estavam realmente ali comigo e, comisso, nunca enxerguei obstáculos para entregar resultados. Ao contrário, entendi que, se mostrasse competência, iria conquistar o meu espaço de qualquer jeito. Não existia isso de sofrer por ser mulher. Para mim, é indiferente, embora vejo algumas perguntas com algo velado, quando perguntam para o meu pai, ao meu lado, se ele não tem filho homem. Ou então dizem: ‘Você é filha única? Porque geralmente é o menino que assume os negócios do pai. E isso me dá mais gás, em ter o meu espaço, de sucessora”, disse.
Neste caso da sucessão, Roberta acredita que o peso, pelo fato de ser jovem, aparenta ser muito maior do que ser mulher. “Entendo que preciso me posicionar muito, enfrentar os desafios da forma como eu me posiciono, assim como na vida. Hoje entendo o agro cada vez mais tecnológico e me encantei pelo setor. Vejo o agronegócio como um sistema, uma visão mais holítica. E aqui montamos uma equipe bem legal. No escritório temos 9 funcionários, seis deles são mulheres”, disse ela, que em breve coordenará 28 pessoas.

‘No campo os valores são trabalho duro, compromisso e resiliência’, comenta girl do agro
A administradora e arquiteta, com pós em gerenciamento de produção e obras, Cíntia Renosto Esgaib, de 47 anos, também é uma mulher ligada ao agro, em todo os sentidos, seja familiar ou profissional. Vivenciando a agro desde a infância, ressalta que este não é somente um setor econômico, mas, sim um estilo de vida. Desta forma, segue a tradição da família, administrando a Fazenda Paloma, que fica perto do Taboco, no interior do Mato Grosso do Sul.
“Desde a infância, aprendi que o agro não é apenas um setor econômico, mas um estilo de vida. Sempre tive o campo presente em minha vida, desde pequena, sempre ao lado do meu pai, um produtor rural dedicado, então, cresci absorvendo seu conhecimento e amor pela pecuária. Com ele, aprendi não apenas sobre criação de gado, mas também sobre valores como trabalho duro, compromisso e resiliência. Hoje, sigo essa tradição, administrando a fazenda da família e, principalmente, cuidando da parte financeira do negócio”, ressaltou Cíntia ao Jornal Midiamax.
Neste sentido, a pecuarista fala que a fazenda sempre foi uma grande escola. “Meu pai fez questão de nos ensinar tudo desde cedo, mostrando que o sucesso no campo exige dedicação e conhecimento. Ao lado do meu irmão Rodrigo, que também está seguindo os passos de nosso pai, estamos sempre buscando aprender cada vez mais. Apesar de estar à frente da administração, minha paixão pelo campo vai além dos números”, argumentou.

Em sua rotina, Cíntia diz que ama o contato diário com os animais, o manejo do gado no curral e a sensação de liberdade ao cavalgar pela fazenda. “Para mim, estar próxima da rotina da fazenda é essencial para entender as necessidades do negócio e tomar as melhores decisões. Mesmo em um setor ainda predominantemente masculino, penso que estou conquistando meu espaço com conhecimento fé e determinação“, ponderou.
Com todo o legado que carrega, Renosto diz ainda que o trabalho é muito mais que esforço físico, sendo o reflexo de nossa entrega a Deus, que nos dá a semente para semear e, com isso, nos multiplica em força e prosperidade.
“Unindo tradição e gestão estratégica, acredito que a presença feminina no agro é cada vez mais forte e indispensável. O agro exige paixão, conhecimento e coragem. E nós, mulheres, temos tudo isso de sobra. Sou casada, mãe de três filhos, um adolescente de 13 anos e gêmeos de 11 anos e todos também são apaixonados por este mundo aqui”, encerrou.
‘Agro precisa de um olhar diferente e mulher tem transformado este cenário’, avalia produtora rural

A empresária e produtora rural Tatiana Nogueira Rosa Scaff Teles de Carvalho, de 40 anos, é outra “agro girl” que honra o legado da família, filha de um pecuarista, na segunda geração que cuida de fazendas no Pantanal sul-mato-grossense. Formada em medicina veterinária, fez alguns trabalhos com reprodução, mas, decidiu se reiventar e usar a internet para divulgar o mundo do agro.
“Sou pantaneira de coração e senti a necessidade de representatividade, então, tive a ideia de criar o Instituto Viva Pantanal, que funciona como uma plataforma de divulgação de agro e turismo pantaneiro, nos colocando nos holofotes das redes sociais, não só em Aquidauana, mas, em todo canto”, afirmou Tati, como é conhecida.
Partindo de um olhar de quem realmente vive e tira o sustento do bioma, a empresária fala que o Instituto abriu muitas portas. “Recebi o convite para fazer parte da Forbes Mulher Agro, ao lado de outras mulheres aqui no Estado. O Viva Pantanal hoje tem dois braços: mostrar as experiências no Pantanal, trazer empresas para nos conhecerem e também formatando expedições e imersões pantaneiras. O outro braço é enaltecer, defender e promover a cultura pantaneira, o Pantanal tradicional que eu conheço: produtivo, sustentável e preservado”, argumentou.

De acordo com Scaff, a intenção é sempre valorizar o pantaneiro e seu conhecimento empírico como chave para preservação do nosso bioma. “Minha rotina é a comunicação do agro dentro das redes sociais e eventos físicos que envolvam o Pantanal. Acho fundamental, porque o olhar da mulher é diferente do homem e tem transformado o cenário. E as mulheres, por algumas dificuldades por ser um setor mais masculino, conseguem ser mais agregadoras”, opina.
Atualmente, a empresária diz que participa de vários grupos femininos de agro, com troca de experiências e “dores comuns e superáveis”. “Com o viva Pantanal, nós nos envolvemos com a divulgação de vários projetos, como, por exemplo, o Instituto Alma Pantaneira, que fazem expedições no Pantanal levando atendimento médico, odontológico e veterinário para as fazendas do meio do Pantanal”, comentou.
Neste sentido, Tati diz que acumula expedições, além de receber muitos influencers que já viram os seus stories e manifestaram o desejo de conhecer o Pantanal. “Este ano, já estamos organizando a próxima, que será em Maio, e tenho certeza que teremos mais histórias ótimas para contar”, finalizou.
E você, conhece alguma “agro girl” que faz a diferença? Conte pra gente!
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