Justiça anula concurso público em Aparecida do Taboado e manda devolver taxa de inscrição
Gaeco chegou a deflagrar operação após suspeitas de fraude e direcionamento de licitação
Adriel Mattos –
Notícias mais buscadas agora. Saiba mais
A 1ª Vara de Aparecida do Taboado anulou o Concurso Público 1/2018 quatro anos após denúncia de fraude. As suspeitas motivaram operação do MPMS (Ministério Público do Estado de Mato Grosso do Sul) em julho daquele ano.
Após o lançamento do edital, o MP recebeu denúncia anônima de “cartas marcadas” com filho de um secretário podendo ser beneficiado com uma vaga, assim como um ex-secretário.
A Justiça suspendeu o concurso em junho de 2018 a pedido do Ministério Público após constatar irregularidades no edital, que não seguia a Lei Orgânica do Município.
Um mês, o Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado) – vinculado ao MPMS – deflagrou a Operação Back Door, que acabou identificando fraude na licitação da contratação da empresa organizadora do certame, o Idagem (Instituto de Desenvolvimento e Aperfeiçoamento da Gestão Municipal).
Durante as investigações, ficou constatado que uma empresa, que tem tradição na organização de concursos no Estado, sequer foi convidada para participar da licitação, assim direcionando o certame para a contratação do Idagem.
Prefeitura de Aparecida do Taboado e empresa garantem que concurso foi dentro da legalidade
A Procuradoria-Geral do Município manifestou que o concurso foi realizado dentro da legalidade e que abriu procedimento administrativo para apurar as denúncias, e mesmo que fossem confirmadas, não deveria haver a nulidade do certame, seguindo o entendimento do TCU (Tribunal de Contas da União).
A defesa do Idagem sustentou que não houve dano ao erário público e que seria dever do município indenizar os candidatos inscritos no concurso. Além disso, alegou que as provas trazidas pelo Gaeco foram obtidas de forma ilícita.
Juiz vê fraude e anula concurso público
Em sua decisão, o juiz André Ricardo rechaçou a suspeita de ilicitude das provas e concordou com o MPMS de que houve mesmo fraude no concurso.
“A farta prova carreada aos autos, notadamente as conversas estabelecidas por meio do aplicativo WhatsApp, obtidas com autorização judicial,evidenciam que o esquema fraudulento passou a ser operado antes mesmo da solicitação de abertura do procedimento licitatório para a contratação de empresa para a prestação de serviços de aplicação de concurso público, tendo em vista que referida solicitação ocorreu em 07.02.2018”, observou.
O magistrado destacou ainda que houve conluio de servidores públicos para direcionar a licitação para a contratação do Idagem e que até o TCE (Tribunal de Contas do Estado) apontou irregularidades no certame.
“Outras irregularidades do procedimento licitatório questionado foram detectadas, tais como: ausência de participação da controladoria interna do município e de cálculo de impacto financeiro; malferimento à impessoalidade, moralidade e segregação de funções diante da presença de interesse direto e imediato dos servidores comissionados citados no concurso público em questão”, escreveu.
André Ricardo acabou concluindo que deveria haver a “nulidade do procedimento licitatório diante das provas contundentes e hábeis a comprovar as flagrantes violações aos princípios constitucionais da administração pública, em especial legalidade, impessoalidade e moralidade, além dos princípios da licitação, notadamente da igualdade, da publicidade, da probidade administrativa e do julgamento objetivo”.
Assim, o juiz decidiu anular o procedimento licitatório que resultou na contratação do Idagem, assim como o concurso público, e determinou que a empresa devolva a taxa de inscrição a todos os candidatos, com correção monetária.
Notícias mais lidas agora
- Homem incendeia casa com duas crianças dentro por disputa de terreno em MS: ‘Vou matar vocês’
- Mais água? Inmet renova alerta para chuvas de 100 milímetros em Mato Grosso do Sul
- Convidado alterado perturba mulheres em festa de campanha da OAB-MS e caso vai parar na delegacia
- Frustrada com corte, cliente sai de salão revoltada e desabafa: ‘vão se arrepender’
Últimas Notícias
Após queda de energia, vacinas esquentam e imunização na UBSF do Pedrossian é suspensa
A orientação é que os moradores da região se dirijam à USF Arnaldo Estevão de Figueiredo
MS oficializa contrato de garantia com a União para recursos do BNDES no valor de R$ 2,3 bilhões
O governo de Mato Grosso do Sul oficializou, na edição desta quinta-feira (21) do DOE-MS (Diário Oficial do Estado), o contrato de garantia firmado com a União para o recebimento de R$ 2,3 bilhões em recursos provenientes do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social). O contrato de garantia destina recursos às despesas de…
Deputados aprovam quatro projetos do Executivo que beneficiam servidores estaduais; confira
Propostas, que estavam pautadas para primeira discussão, avançaram e seguem para análise das comissões de mérito antes da segunda votação
Em reforma há dois anos, antiga rodoviária pode ganhar campanha para atrair clientes
Câmara de Vereadores de Campo Grande aprovou projeto de lei que cria a campanha “É do comércio da antiga rodoviária, é nosso, é legal!”
Newsletter
Inscreva-se e receba em primeira mão os principais conteúdos do Brasil e do mundo.