Após reclamações, Polícia Civil muda prova prática de concurso para ‘super digitadores’
Após ter causado revolta entre os candidatos, os critérios para a prova prática do concurso de escrivão da Polícia Civil de MS foram alterados. A exigência da digitação de 2.000 caracteres em cinco minutos era considerada desumana pelos candidatos e foi reduzida pela metade: 1.000 caracteres.
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Após ter causado revolta entre os candidatos, que até planejavam uma denúncia no Ministério Público, a Polícia Civil de Mato Grosso do Sul mudou os critérios para a prova prática do concurso de escrivão. A exigência da digitação de 2.000 caracteres em cinco minutos era considerada desumana pelos candidatos e, de acordo com publicação no Diário Oficial desta quinta-feira, foi reduzida pela metade: 1.000 caracteres.
A exigência, conforme mostrou reportagem do Jornal Midiamax, ficava acima de outros concursos para escrivão de polícia, que pediam a mesma quantidade de toques para o dobro do tempo. Na terça-feira (15), a equipe de reportagem tentou ouvir a SAD (Secretaria de Estado de Administração e Desburocratização), mas o órgão não se manifestou.
A prova acontece no próximo domingo (20) e será uma das últimas etapas para a seleção do cargo de escrivão, que oferece remuneração inicial de R$ 3.888,26.
A advogada Giselly de Carvalho Melo, de 44 anos, virá de Três Lagoas para a Capital fazer a prova. Ela conta que as exigências ainda são difíceis, mas com a modificação do edital do concurso, tem mais esperança. “De impossível, agora passou para difícil. Ainda está além das exigências de outros estados, mas acredito sim que vai dar certo”, afirma.
Uma outra candidata, que não quis se identificar, afirma que mesmo com a alteração, o número de erros permitidos dificulta a aprovação. “Ainda não estou confiante porque ainda são exigências muito rigorosas, só pode errar 20 toques. O teclado é diferente, provavelmente ruim”, reclama.
A prova prática de digitação do concurso da Polícia Civil de MS acontece no domingo (20), na Unigran. O prédio fica localizado na rua Abrão Júlio Rahe, 325 – Centro. Para mais informações, confira o Diário Oficial do Estado, na página 8.
Entenda o caso
A exigência de 2 mil caracteres em cinco minutos era considerada absurda entre os candidatos. Uma das candidatas a escrivã citou outros concursos públicos a modo de comparação.
O concurso para escrivão do Governo do Estado de Goiás, em 2017, exigia a digitação de um texto de 2 mil caracteres em 10 minutos, o dobro do tempo. Outro concurso citado foi o da Polícia Civil de Mato Grosso do Sul em 2008, na qual a prova prática exigia a digitação de 2 mil caracteres em 15 minutos – o triplo do tempo. Em prova realizada neste ano, o TJ/SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) exigia dos candidatos a digitação de um texto de 1.800 caracteres em até 11 minutos.
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