A tarifa de 50% imposta por Donald Trump aos produtos brasileiros já causa impactos às exportações de Mato Grosso do Sul. Em agosto, as vendas aos Estados Unidos despencaram 61% em relação ao mesmo mês de 2024. Os dados são da Carta de Conjuntura do Setor Externo, publicada pela Semadesc (Secretaria de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação)
Este resultado é puxado pela queda de quase 46% nas exportações de carne bovina e de 92% na celulose enviada aos EUA. No entanto, os frigoríficos redirecionaram a produção, mantendo o crescimento no acumulado do ano. Agora, a China é o principal destino da carne de MS, com US$ 91 milhões em compras.
Mesmo com o tarifaço, os Estados Unidos seguem o 2° maior destino comercial de Mato Grosso do Sul, com 5,4%. O 1° lugar é da China, que absorveu 46,7% das exportações estaduais no acumulado e, segundo a Semadesc, consolida-se como principal parceiro comercial do Estado. Em 3° lugar está a Itália (3,8%), seguida da Argentina (3,5%).
Além disso, o número de exportações de Mato Grosso do Sul cresceu 3,26% entre janeiro e agosto de 2025, em comparação com o mesmo período do ano passado. O montante de exportações nos oito primeiros meses deste ano chega a US$ 7,24 bilhões e 19 mil toneladas. Por fim, o Estado registrou superávit comercial de US$ 5,53 bilhões, 8,4% superior ao registrado em 2024.
Carne bovina
Produto de MS mais afetado pelo tarifaço de Donald Trump, a carne bovina é a 3ª maior exportação do Estado (15,07%), atrás apenas de celulose (29,9%) e soja (27,2%).
Neste mês, a China foi o principal destino da carne sul-mato-grossense, com US$ 91 milhões em compras. Depois, Chile (US$ 16,4 milhões), México (US$ 11,8 milhões), Israel, Turquia, Filipinas e Itália também compraram carne. Já os Estados Unidos ficaram para trás, com US$ 7,6 milhões.
Além disso, a proteína bovina registrou alta de 43,7% no acumulado de 2025, em relação a 2024. A avaliação da Semadesc é que este resultado evidencia a capacidade do segmento frigorífico em ampliar mercados e diversificar destinos, mesmo diante do cenário de tarifas dos Estados Unidos.
Também registraram alta o minério de ferro (+ 32,8%) e a categoria “outros produtos” (resíduos vegetais, sucatas e desperdícios), que apresentou variação de 806% em valores exportados.
Importações
Nas importações, Mato Grosso do Sul registrou retração de 10,79% no acumulado, totalizando US$ 1,66 bilhão. O número é positivo, porque indica que o Estado tem comprado menos produtos de parceiros exteriores. Assim, MS fechou o mês com balança comercial positiva, porque exportou mais do que importou em agosto.
O gás natural manteve-se como principal item, com 33,2% do total de importações, seguido pelo cobre (7,9%) e por máquinas e equipamentos para a indústria de celulose e papel.
Para o secretário Jaime Verruck, da Semadesc, os números confirmam a força e dinamismo do setor exportador do Estado. “Mesmo em um cenário de incertezas no comércio internacional, Mato Grosso do Sul conseguiu expandir suas vendas externas, com destaque para a carne bovina e para a diversificação de destinos. Esse desempenho reforça nossa competitividade e abre caminho para novos mercados”, afirmou.
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(Revisão: Bianca Iglesias)