Decreto assinado nesta quarta-feira (30) pelo presidente dos Estados Unidos, confirmando aplicação de tarifa de 50% a produtos importados do Brasil, trouxe algumas exceções. Dois dos três produtos são os mais vendidos por Mato Grosso do Sul aos norte-americanos.
Conforme o texto do documento oficial divulgado pela Casa Branca, celulose e ferro-gusa não terão a taxação adicional de 40% — que se soma aos 10% já aplicados – a partir de 6 de agosto.
Em volume financeiro, celulose e ferro-gusa só ficam atrás da carne bovina em total exportado por MS aos Estados Unidos em 2024.
Trump também deixou de fora da taxação produtos de aviação, que são a principal compra dos norte-americanos. “O imposto ad valorem imposto nesta ordem não se aplicará a artigos que são isentos por 50 USC 1702(b) ou estabelecidos no Anexo I desta ordem, incluindo certos metais de silício, ferro-gusa, aeronaves civis e suas peças e componentes, alumina de grau metalúrgico, minério de estanho, polpa de madeira, metais preciosos, energia e produtos energéticos e fertilizantes”.
MS exportou 315 milhões de dólares aos EUA no 1º semestre
Os Estados Unidos representa apenas 5,97% das exportações de produtos sul-mato-grossenses, conforme aponta o relatório Comex de junho de 2025, elaborado pela Semadesc (Secretaria de Estado de Meio Ambiente, Desenvolvimento, Ciência, Tecnologia e Inovação de MS).
Esse é o percentual verificado no primeiro semestre de 2025.
Então, o relatório mostra que, de um total de 5,2 bilhões de dólares exportados no período, cerca de 315 milhões foram para os EUA. Assim, o país de Trump figura como segundo maior comprador de MS.

Em 2024, Mato Grosso do Sul enviou 785 mil toneladas de produtos aos Estados Unidos.
A carne bovina é o produto mais exportado de Mato Grosso do Sul para os Estados Unidos; rendeu, em 2024, total de 225 milhões de dólares. A celulose é o segundo produto, e o ferro-gusa, o terceiro. Óleos, açúcar, couro, carne de aves, peixes, ovos e até amido integram a lista.
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Trump confirma tarifaço
Conforme comunicado oficial da Casa Branca, “as ações recentes do governo do Brasil ameaçam segurança nacional, a política externa e a economia dos Estados Unidos. Membros do Governo do Brasil tomaram medidas que interferem na economia dos Estados Unidos, infringem os direitos de livre expressão de cidadãos dos Estados Unidos, violam os direitos humanos e minam o interesse dos Estados Unidos em proteger seus cidadãos e empresas. Membros do Governo do Brasil também estão perseguindo politicamente um ex-presidente do Brasil, o que está contribuindo para o colapso deliberado do Estado de Direito no Brasil, para a intimidação politicamente motivada naquele país e para abusos de direitos humanos”.
Como exemplo, o decreto assinado por Trump cita o ministro do STF, Alexandre de Moraes, alegando que o magistrado teria abusado da autoridade judicial para “atingir oponentes políticos, proteger aliados corruptos e suprimir dissidências”.
Ainda, Trump declara emergência nacional: “Concluo que o escopo e a gravidade das políticas, práticas e ações recentes do Governo do Brasil constituem uma ameaça incomum e extraordinária, que tem sua origem total ou substancialmente fora dos Estados Unidos, à segurança nacional, à política externa e à economia dos Estados Unidos e, por meio deste, declaro emergência nacional com relação a essa ameaça”.
Missão oficial com senadores de Mato Grosso do Sul
Também, nesta quarta-feira, encerrou-se a missão oficial de comitiva de senadores brasileiros, incluindo o presidente da missão, Nelsinho Trad (PSD-MS), e Tereza Cristina (PP-MS).
O grupo esteve nos EUA para abrir caminhos diplomáticos e tentar adiar o início do tarifaço. Em relação aos resultados obtidos na viagem, confira nota oficial do grupo sobre o tarifaço:
“A missão oficial do Senado Federal brasileiro aos Estados Unidos exerce uma função institucional e suprapartidária, com foco na reaproximação parlamentar com o Congresso americano e na busca de alternativas para barrar os impactos econômicos da tarifa de 50% anunciada ao Brasil.
Todas as agendas da delegação foram voltadas à reconstrução do diálogo político entre os dois Parlamentos e à defesa dos interesses estratégicos do país em meio ao agravamento das tensões comerciais. A programação foi inteiramente voltada ao campo da diplomacia parlamentar”.
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