Mato Grosso do Sul vive escassez de mão de obra na construção civil e faltam trabalhadores, principalmente, no setor de acabamento. Profissionais que atuam com pintura, assentamento de pisos e aplicação de gesso estão cada vez mais raros – o que tem atrapalhado o segmento da construção civil, ao menos na hora de cumprir prazos.

Segundo o presidente do Sintracom MS (Sindicato dos Trabalhadores na Construção Civil e no Mobiliário de Mato Grosso do Sul), Marco Cezar Ribeiro Gonçalves, vários motivos explicam essa falta.

“A mudança do mercado de trabalho, a falta de investimento em educação, capacitação e treinamento, sem falar no envelhecimento da força de trabalho. E outro fato que também tem sido muito significativo é a migração de profissionais qualificados”, explica o presidente. 

Escassez no mercado

Atualmente, Campo Grande tem cerca de 30 mil trabalhadores no setor e 75% deles, cerca de 22.500, são profissionais contratados no regime CLT (Consolidação das Leis do Trabalho).

Um faixa afixada na frente de um empreendimento em construção na Capital indica a necessidade de contração de profissionais que atuam com assentamento cerâmico, gesso e pintura.

Apesar de elencar vários motivos para a falta desse tipo de mão de obra, para o presidente do sindicato, o baixo investimento na capacitação dos profissionais é um dos principais problemas, principalmente em relação à falta de mão de obra especializada em acabamentos. 

“Essa falta de investimento em capacitação e a desvalorização de trabalhadores da área, a gente enfrenta todos os anos quando a gente vai negociar salários. Uma grande parte dos profissionais quer trabalhar na informalidade”, compartilha Marco.

“A falta de incentivos para que os jovens possam escolher uma carreira na atividade de acabamento da construção civil, também é um fatores, está entre os motivos que trazem essa escassez e acabam se tornando motivo que explica a falta de profissional de acabamento”, completa. 

Importância desse profissional

Ele detalha que a etapa que representa o maior custo na construção de um empreendimento é a fase de acampamento. 

“Os acabamentos envolvem a instalação de revestimentos, pisos, portas, janelas, pinturas, instalações elétricas e hidráulicas”, detalha o presidente.

Ele afirma que essas atividades são aquelas que, se não forem feitas com muita qualidade e bastante conhecimento técnico, vão gerar grandes prejuízos. 

“São detalhes que conferem a estética e a funcionalidade ao empreendimento construído. Então, é importante a contratação de profissionais qualificados para fazer esse acabamento. Esse serviço deve ser colocado na mão de pessoas realmente qualificadas para não trazer nenhum tipo de prejuízo futuro ao empreendedor”, complementa.

Qualificação

Segundo o sindicalista, Campo Grande e Mato Grosso do Sul sofrem com escassez, inclusive, de escolas presenciais.

“Elas são bem reduzidas e, as que têm, não oferecem a oportunidade para esse profissional poder se qualificar porque os valores cobrados por cursos presenciais são extremamente caros e o profissional não consegue bancar essa qualificação”, argumenta o presidente.

“Então hoje a opção que tem sido oferecida são os cursos online, onde a pessoa gratuitamente consegue adquirir bastante conhecimento, como mudança de ferramenta, tipo de material, são itens que também impactam, interferem bastante na qualificação final dessa atividade”, pontua. 

Na busca por mão de obra e na tentativa de atender à demanda do setor, sindicatos e empresas da construção civil têm buscado parcerias com escolas de treinamento e capacitação que possam oferecer valores que se encaixem no orçamento desses trabalhadores.

“Esse profissional está se qualificando para melhorar a sua renda. Então, é comum que naquele momento que ele vai buscar essa qualificação, ele não está com a disponibilidade de recurso suficiente por serem muito caros”, esclarece Marco.

Remuneração mais valorizada

No entanto, quando profissionais do setor conseguem se qualificar para atuar nessa área da construção civil, também conquistam remuneração um pouco mais elevada. 

“Em virtude da necessidade de ser um serviço com qualidade, como a hidráulica, a colocação de revestimento, pisos, portas, etc., o profissional acaba buscando uma valorização desse serviço”, afirma o sindicalista.

“Então, ele cobra mais caro por isso, porque é um serviço especializado, um serviço que requer conhecimento técnico, profissional, qualificado. Por isso, ele consegue ter uma lucratividade maior no desempenho dessas atividades”, finaliza.

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