Ibovespa sobe 0,62%, perto dos 129 mil, e termina semana com ganho de 1,04%

Com boa contribuição de Vale (ON +1,67%) e Petrobras (ON +2,19%, PN +1,73%), o Ibovespa acentuou alta na tarde desta sexta, 26, e chegou a retomar a linha dos 129 mil pontos, que não é vista em fechamento desde o último dia 16. Por volta das 14h, o Ibovespa tocou máxima da sessão, então a […]

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Com boa contribuição de Vale (ON +1,67%) e Petrobras (ON +2,19%, PN +1,73%), o Ibovespa acentuou alta na tarde desta sexta, 26, e chegou a retomar a linha dos 129 mil pontos, que não é vista em fechamento desde o último dia 16. Por volta das 14h, o Ibovespa tocou máxima da sessão, então a 129.145,74 pontos, com a notícia de que o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega abriu mão de qualquer cargo na Vale, o que deu impulso às ações da mineradora, até então com desempenho discreto.

Nos últimos dias, a possibilidade de o governo insistir com Mantega para o conselho de administração ou mesmo tentar alçá-lo à presidência executiva trouxe volatilidade à ação de maior peso no Ibovespa – ou seja, cerca de 14,1% do índice.

Ao fim, o índice da B3 mostrava alta mais acomodada, de 0,62%, aos 128.967,32 pontos, e ganho de 1,04% na semana – o primeiro avanço semanal deste começo de 2024, após perdas consecutivas nos três intervalos iniciais do ano, que aproximavam o Ibovespa de 5% de queda no agregado. Com a recuperação parcial nesta quarta semana de janeiro, o Ibovespa limita a perda do mês a 3,89%. O giro financeiro ficou em R$ 17,9 bilhões nesta sexta-feira, em que o índice da B3 saiu de abertura aos 128 195,76 e, na mínima, foi aos 127.868,80 pontos. Na máxima, renovada no fim da tarde, foi um pouco além do ‘efeito Mantega’, aos 129.252,15 pontos (+0,85%).

“A Vale se tornou uma corporation, uma empresa de capital pulverizado e com vários sócios. Seria muito difícil o governo interferir, e o Mantega não era um nome bem visto pelo mercado. De qualquer forma, as ações reagiram à tarde, de forma positiva, embora fosse muito difícil para o governo emplacar o Mantega”, diz Ramon Coser, especialista da Valor Investimentos.

O ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, negou nesta sexta-feira que elogios feitos a Guido Mantega tenham relação com eventual indicação para o comando da Vale. Silveira afirmou que mantém contato com Mantega, e reforçou que tem grande admiração pela história do ex-ministro. E ressaltou que o governo não tem que indicar nomes e, muito menos, interferir na governança da empresa, reporta de Brasília a jornalista Marlla Sabino, do Broadcast.

A declaração foi dada por Silveira em entrevista a jornalistas no início da tarde – nos últimos dias, circularam relatos na imprensa de que o ministro, a pedido do presidente Lula, teria feito contatos com acionistas de referência para buscar vaga para Mantega na Vale. Ao falar sobre o tema, o ministro negou que o presidente tenha tratado de indicação para a mineradora, e classificou as recentes notícias como injustas. “Foram 48 horas de notícias sérias que comprometem a empresa, de capital aberto”, acrescentou.

No quadro mais amplo, desde a manhã, o Ibovespa operou em boa parte da sessão em terreno positivo, reagindo de forma moderada ao principal dado macroeconômico doméstico desta sexta-feira, o IPCA-15 A leitura da prévia da inflação oficial de janeiro foi favorável, embora com nuances qualitativas não tão boas, como o avanço do índice de difusão, métrica que monitora o espalhamento das altas de preços.

“O IPCA-15 – com medição entre 16 de dezembro a 15 de janeiro – teve alta de 0,31%, depois de ter subido 0,40% em dezembro, mostrando desaceleração. E o número veio bem abaixo do esperado”, aponta Inácio Alves, analista da Melver, acrescentando que a leitura desta manhã – divulgada antes da hora marcada pelo IBGE, por falha técnica – deu apoio à queda do dólar frente ao real e também dos juros futuros, conferindo sustentação ao Ibovespa nesta última sessão da semana.

“Apesar do número geral mais fraco que o consenso, e trazendo revisão para baixo na projeção do ano, a leitura qualitativa seguiu ruim. Serviços subjacentes acelerou e foi destaque pela terceira leitura seguida. Este grupo está mais alto do que em 2023 e próximo a 2021, quando rodou a 5,5% anualizado”, observa Andréa Angelo, estrategista de inflação na Warren Investimentos

Para além da leitura macro do dia, na B3, além do impulso proporcionado por Vale e Petrobras, as ações de grandes bancos também foram bem na sessão, com destaque para Itaú (PN +1,48%) e Bradesco (ON +0,36%, PN +1,04%). Na ponta do Ibovespa nesta sexta-feira, além de Petrobras ON (+2,19%), apareceram Usiminas (+5,20%), CSN Mineração (+2,40%) e Suzano (+2,04%). Na semana, Vale ON subiu 2,06%, mas ainda cede 9,97% em janeiro. Petrobras ON e PN, por sua vez, avançam na semana (+7,73% e +6,47%, pela ordem) e também no mês (+7,64% e +7,30%).

Na ponta perdedora na sessão, destaque para Gol (-8,07%), CVC (-4,36%) e Localiza (-3,63%). A S&P Global Ratings rebaixou hoje a nota global da Gol Linhas Aéreas, de “CCC-” para “D”, após a empresa protocolar pedido de reestruturação pelo Chapter 11 do Código de Falências dos Estados Unidos, aceito nesta sexta-feira O rating em escala nacional também foi cortado, de “brCCC-” para “D”.

As expectativas do mercado financeiro para as ações no curtíssimo prazo mantiveram-se equilibradas no Termômetro Broadcast Bolsa desta sexta-feira. Entre os participantes, as previsões de alta, de queda e de estabilidade para o Ibovespa na próxima semana têm fatia de 33,33%, a exemplo do que já havia sido registrado na pesquisa anterior.

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