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Economia

Dólar volta a cair e se aproxima de R$ 5,50 com Fed e Copom no radar

O dólar apresentou queda firme e voltou a se aproximar do nível técnico de R$ 5,50 no fechamento desta segunda-feira, 16, dia marcado por enfraquecimento global da moeda norte-americana e valorização do petróleo. O real, que costuma se beneficiar mais de episódios de apetite ao risco, apresentou nesta segunda-feira o melhor desempenho entre as principais … Continued
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Agência Brasil

O dólar apresentou queda firme e voltou a se aproximar do nível técnico de R$ 5,50 no fechamento desta segunda-feira, 16, dia marcado por enfraquecimento global da moeda norte-americana e valorização do petróleo. O real, que costuma se beneficiar mais de episódios de apetite ao risco, apresentou nesta segunda-feira o melhor desempenho entre as principais divisas.

Na ausência de dados relevantes, os negócios foram guiados por ajustes de posições diante da expectativa crescente de que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) vai iniciar um ciclo de alívio monetário com corte de 50 pontos-base na taxa básica dos EUA na quarta-feira, 18. Uma redução agressiva por parte do BC dos Estados Unidos, combinada a uma alta taxa Selic pelo Copom também no dia 18, resultaria em aumento do diferencial de juros interno e externo – o que acentua a atratividade das operações de carry trade.

Afora uma alta pontual e bem limitada no início dos negócios, com máxima a R$ 5,5810, o dólar à vista operou em terreno negativo ao longo do restante da sessão. Pela manhã, a divisa registrou mínima abaixo de R$ 5,50 (R$ 5,4980), em meio a relatos de que instituições estariam antecipando ingresso de recursos de uma emissão externa feita por empresa brasileira.

No fim do dia, a moeda norte-americana recuava 1,02% em relação ao real, cotada a R$ 5,5106 – menor valor de fechamento desde 27 de agosto (R$ 5,5027). Foi o quarto pregão consecutivo de queda do dólar, que passa a acumular desvalorização de 2,21% no mês. No ano, a divisa avança 13,54%.

“O mercado começou a precificar nos últimos dias corte de 50 pontos-base pelo Fed. Como é dado como certo um aumento de pelo menos 25 pontos pelo Copom, quem precisa vender dólar já se antecipa, enquanto quem tem demanda de compra naturalmente espera”, afirma o superintendente da mesa de derivativos do BS2, Ricardo Chiumento, que trabalha com corte de 25 pontos-base pelo BC americano e uma alta de 0,25 ponto porcentual pelo BC brasileiro.

Chiumento alerta que o dólar pode voltar a subir com força caso o Fed “não entregue” uma redução de juros na magnitude esperada pelo mercado. De outro lado, caso haja uma baixa de 50 pontos-base nos EUA e um “choque de juros” no , com uma elevação da Selic em 0,50 ponto porcentual, ele estima que o dólar possa vir para baixo de R$ 5,40.

O Bradesco alterou nesta segunda a previsão de Selic no fim de 2024 de 10,50% para 11,25%. A taxa básica chegaria a 11,50% em janeiro de 2025. Haveria um afrouxamento monetário ao longo do próximo ano, levando a Selic a encerrar 2025 em 10,50%. O banco também revisou a projeção para taxa de câmbio de R$ 5,30 para R$ 5,40 no fim deste ano. Para 2025, a estimativa foi mantida em R$ 5,10.

“A taxa de juros brasileira deve subir 1 ponto porcentual, enquanto os juros americanos devem cair 2 pontos até o final de 2025. O diferencial de juros deve ajudar a trazer a taxa de câmbio para um nível mais apreciado”, diz o Bradesco, em relatório.

O quadro externo se sobrepôs às preocupações com o quadro fiscal doméstico. Teria causada certa apreensão a autorização do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), para o governo abrir crédito extraordinário para combate a queimadas. Tais recursos não serão contabilizados no limite de gastos nem na meta estabelecida pelo arcabouço fiscal.

A utilização de créditos extraordinários para episódios extremos – como as enchentes no e as queimadas – é vista como correta. Mas há o temor de que se crie uma espécie de contabilidade paralela. O economista-chefe da Warren Investimentos e especialista em contas públicas, Felipe Salto, observa que, embora necessários, os créditos extraordinários deveriam ser compensados por cortes em outras rubricas, algo que não aconteceu no caso do Rio Grande do Sul.

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