O Dia dos Pais, comemorado no próximo domingo (11), é uma das datas mais esperadas pelo comércio para faturar um pouco mais no segundo semestre do ano. Entretanto, 2024 não parece ser um bom para os varejistas no centro de Campo Grande.
A apostas dos lojistas é na véspera da data especial, no sábado (10), quando as pessoas estarão de folga e também com salário no bolso, já que o quinto dia útil é nesta terça-feira (6). Porém, o comércio não está tão animado.
Nos dias que antecedem a data, a população tem mais pesquisado preços do que efetivamente levados os produtos, segundo a gerente de uma loja tradicional de calçados, Luana Carneiro. Para ela, a população está endividada e a falta de logística no centro atrapalha nas vendas.
“As pessoas passam, não encontram vaga e seguem para outros lugares mais acessíveis. Seja no shopping ou nos bairros”, opina ela, que também têm visto clientes com crediários recusados por conta de endividamento.
A CNC (Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo) aponta que o índice de famílias endividadas em Campo Grande cresceu de 64,7% em maio para 65,9% em junho.
Luana afirma que a loja espera aumento de 10% nas vendas para o Dia dos Pais, mas que o movimento em relação ao ano passado deve ser 5% menor. “Venda ruim não é exclusividade do centro. O comércio em geral, seja onde for, está passando por essa dificuldade”, diz ao Jornal Midiamax.
Investir em promoções
Uma loja de produtos masculinos e itens esportivos vai apostar nas promoções para atrair os clientes. A gerente Edmara Inácio afirma que a expectativa é que as vendas para a data cresçam 60% e que melhorem no sábado.
“A loja já estava se preparando com promoções, mudamos a vitrine, colocamos preço para atrair a clientela”, conta ela, que ainda lamenta que as vendas estavam muito baixas mesmo com o Dia dos Pais se aproximando.
Entretanto, a caixa de uma loja de utilidades, Bianca Nogueira, afirma que a data não costuma mudar a rotina do estabelecimento. Entretanto, eles esperam um aumento nas vendas por conta da movimentação de pessoas no centro.
Pela internet ou loja física?
Uma funcionária pública que estava de passagem pelo centro optou por comprar o presente para o marido pela internet. “Tem o preço melhor e muito mais praticidade; chegou super rápido”, revela à reportagem.
Já a médica Géssica Macedo, de 35 anos, diz que teve um tempo de folga e foi ao centro comprar o presente do pai. Ela pretende gastar entre 150 e 200 em um cinto de couro que o pai pediu. “Mesmo aqui no centro está mais caro comparando ao ano passado”, avalia.
Intenção de compra para o Dia dos Pais
O Dia dos Pais prevê movimento R$ 349,88 milhões em MS, conforme pesquisa do IPF-MS (Instituto de Pesquisa e Desenvolvimento da Fecomércio MS). O montante é 7% menor que o ano passado.
Deste total, R$ 148,30 milhões são para presentes e R$ 201,58 milhões para comemorações. O cliente pretende gastar, em média, R$ 198,77 para presentear. As preferências são as roupas (42%), seguidas pelos perfumes/cosméticos (24%) e calçados (21%).
Para a presidente da FCDL-MS (Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas de MS), Inês Santiago, essa é uma das datas que melhora o movimento do comércio.
“Todas as datas comemorativas são boas para que os empresários possam vender mais. Apesar de o valor previsto ser menor que o ano passado, os comerciantes podem achar novas estratégias para conseguir melhorar o movimento e captar a cliente, começando pela vitrine”, pontua.
O levantamento foi realizado em oito municípios do Estado (Bonito, Campo Grande, Corumbá, Dourados, Coxim, Ladário, Ponta Porã e Três Lagoas), entre 24 e 29 de junho.
