Malha Oeste vai demandar investimento de R$ 19 bilhões em concessão de 60 anos

Audiência debate papel estratégico da ferrovia para escoamento de celulose, grãos e minério

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malha oeste divulgação
Imagem ilustrativa. (Foto: Divulgação, Governo de MS)

A relicitação da Malha Oeste, ferrovia que interliga Corumbá (MS) a Mairinque (SP), prevê investimento de R$ 18,95 bilhões e a concessão do trecho por 60 anos. Porém, mais do que reduzir a pressão de veículos nas rodovias ela permite operar no Pantanal.

Audiência pública em hotel de Campo Grande, nesta quarta-feira (26), acolhe sugestões para o processo de leilão dos 1.973 quilômetros, previsto para o quarto trimestre de 2023. Só fica de fora, por inviabilidade econômica, ramal ferroviário entre a Capital e Ponta Porã.

Dentre os pontos positivos listados no processo está o fato da malha não demandar novas autorizações ambientais, uma vez que corta o bioma pantaneiro e já se encontra instalada. Ramais também podem interligar a indústria a rede principal por meio de concessões de trechos menores licitados pelo Estado.

De acordo com o diretor-geral da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres), Rafael Vitale, os investimentos são para recapacitação da malha, revitalização de vagões, locomotivas e manter a operação da linha férrea.

“O projeto traz comparativo de revitalizar com a atual bitola [ou largura entre os trilhos] e também de transformar em bitola larga. Os custos são muito semelhantes e há possibilidade do investidor escolher”, destaca Vitale.

Audiência pública sobre a licitação da ferrovia malha oeste. (Foto: Kleber Clajus / Midiamax)

Esse detalhe impacta diretamente na conexão da via com outros estados ou mesmo países, caso da Bolívia. Isso porque, havendo divergências, se faz necessário um terminal de transbordo para a carga.

Monitoramento estratégico

Celulose, grãos e minério são os principais itens a terem ampliada sua competitividade logística com investimentos na Malha Oeste, tanto na exportação quanto no escoamento interno.

Na avaliação do secretário de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento, Jaime Verruck, esse é o momento certo para se investir em ferrovia. Isso ao se considerar a ampliação da disponibilidade de minério de 3 para 8 milhões de toneladas, a necessidade de suporte a três empresas de celulose e o transporte semanal de 50 containers de carne enviados ao Porto de Santos.

Já o secretário de Infraestrutura e Logística, Hélio Peluffo, relembra que o maior ativo da ferrovia é já estar presente no Pantanal, contudo caberá ao novo operador repensar curvas e inclinações da via para assegurar sua operação de forma segura.

Estiveram no evento o presidente da Alems (Assembleia Legislativa de Mato Grosso do Sul), Gerson Claro (PP), o deputado Pedrossian Neto (PSD) e os prefeitos de Corumbá, Marcelo Iunes (PSDB), e de Água Clara, Gerolina da Silva Alves (PSD).

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